O ex-presidente e pré-candidato a presidente da República para a eleição de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem saboreado as dificuldades políticas e de gestão que têm enfrentado o presidente (e seu provável adversário) Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevista hoje para a Sagres, o petista disse que as pesquisas (que lhe dão vantagem) não devem ser levadas tanto em consideração neste momento. Não passou a impressão de acreditar que a sua vantagem poderá cair no próximo ano, mas que o adversário pode ser até outro nome e não o presidente Bolsonaro.
“Eu sinceramente não sei porque que se inventou para a disputa a palavra polarização. O PT polariza desde 1989 com Collor, com Fernando Henrique Cardoso, Serra, Alckmin. Eu acho cedo para a gente ficar apreciando com muito destaque as pesquisas. A pesquisa é uma fotografia que pode mudar daqui a um mês. O que precisamos entender é que as pesquisas serão mais contundentes quando a campanha começar. Aí sim, vão mostrar um quadro real”, disse.
Lula disse que Jair Bolsonaro teria passado recibo de sua fragilidade política ao ter divulgado, apenas dois dias depois das manifestações de apoio em Sete de Setembro, uma nota para desmentir que teria o propósito de atacar o Judiciário. Na nota, redigida pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), Bolsonaro disse não ter tido intenção de agredir “quaisquer dos outros Poderes”, em uma tentativa de reduzir a fervura da crise institucional.
“Eu não sei se alguém acreditou na nota feita pelo Temer. Não sei se alguém acreditou que ele estava falando a verdade. Ele (Bolsonaro) não poderia ter feito o que fez, ele ofendeu as pessoas, as instituições. Ele (Temer) escreveu a carta porque Bolsonaro estava bastante fragilizado. Mas acho que ninguém acreditou. A nota foi a confirmação da fragilidade do presidente Bolsonaro”, disse Lula em entrevista à Sagres.