Às vésperas da sabatina no Senado, marcada para o próximo dia 13, o presidente Lula (PT) vai pedir votos para seu indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça, Flávio Dino. O Palácio do Planalto avalia que ele será aprovado, mas Lula não quer correr riscos e tentará atrair os quase 20 indecisos.
O ministro da Justiça enfrenta resistência de bolsonaristas, com os quais travou vários embates desde o 8 de janeiro. Pelas contas do governo, Dino receberá no mínimo 50 votos – precisa de ao menos 41. A votação é secreta e o plano do presidente é ligar para os indecisos.
Ele foi aconselhado a também nomear o novo nome da Justiça antes da sabatina, mas ainda não deu qualquer sinal. A conversa com os senadores na Comissão de Constituição de Justiça deve ocorrer simultaneamente à de Paulo Gonet, indicado para a Procuradoria-Geral da República.
Esse modelo provocou a ira da oposição, que acredita ser um truque para tornar o foco das perguntas difuso e facilitar a aprovação.
PGR
Na mesma data da sabatina de Dino, os senadores decidirão a indicação de Gonet à PGR, o que está criando constrangimento para a ala progressista da base governista. No Ministério Público, Gonet tem um histórico de posições abertamente conservadoras: emitiu parecer contra a proibição dos tratamentos de “cura gay”, defendeu a criminalização do aborto e votou contra reconhecer a culpa do Estado por crimes da ditadura militar.
Ele chegou a ser cotado para a PGR no governo Bolsonaro e vem sendo elogiado publicamente por apoiadores do ex-presidente. Os senadores de esquerda desconversam: “Isso não interessa muito”, diz Otto Alencar (BA), líder do PSB.
Saiba mais: Oposição se prepara para a sabatina de Dino