Confirmado: o presidente Lula (PT) anunciou nesta quinta-feira (1/6) que vai indicar o advogado Cristiano Zanin para ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). “Acho que todo mundo esperava que eu fosse indicar o Zanin. Não só pelo papel na minha defesa, mas simplesmente porque acho que o Zanin se transformará em um grande ministro da Suprema Corte do país”, disse.
O advogado será indicado pelo presidente para assumir a cadeira que foi do ministro Ricardo Lewandowski, aposentado em abril deste ano. Zanin foi o advogado responsável pela defesa de Lula durante a Operação Lava Jato, quando ganhou notoriedade nacional e internacional. Sua atuação resultou na anulação das condenações do petista pelo STF.
Após a indicação, o advogado passará por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Mais cedo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já havia confirmado o nome de Zanin. Segundo o senador, o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), deve indicar um relator responsável por apresentar o parecer sobre o indicado. Em seguida, será fixada uma data para a sabatina de Zanin na CCJ e para votação do parecer do relator.
Para conquistar a vaga no Supremo, o advogado Cristiano Zanin precisa dos votos de 41 dos 81 senadores da República. “Acho que o Brasil vai se orgulhar em ter o Zanin como ministro da Suprema Corte”, disse Lula.
Oposição
Entretanto, o senador Sérgio Moro (UB/SP) mobiliza a bancada bolsonarista no Senado para tentar barrar a indicação do presidente. Ou, pelo menos, criar embaraços ao indicado. Como se sabe, Moro foi juiz da Operação Lava-Jato e condenou Lula em primeira instância, que foi foi posteriormente anulada pelo STF. “A nomeação de um advogado e amigo pessoal do presidente da República para o Supremo Tribunal Federal não favorece a independência da instituição e fere o espírito republicano”, postou Moro em uma rede social.
O ex-vice-presidente e senador Hamilton Mourão (Republicanos/RS) também criticou a indicação do presidente. “Ao indicar Cristiano Zanin para o STF, Lula prestigia seu advogado de defesa, que conseguiu livrá-lo das condenações da Lava Jato, mas ignora o espírito republicano, abandonando nomes com mais mérito, isenção e experiência na magistratura”, disse.