Visibilidade para recuperar a popularidade. Esse é o objetivo da estratégia do novo chefe da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, com o rápido pronunciamento do presidente Lula na noite desta segunda-feira (24/2) em rede nacional.
Com linguagem informal, Lula falou do Pé-de-Meia, que credita R$ 1.000 para os estudantes do Ensino Médio da rede pública aprovados em 2024. E reiterou a gratuidade de todos os 41 medicamentos da Farmácia Popular.
“Hoje, quero conversar com o Brasil sobre dois assuntos muito importantes. Uma dupla que não é sertaneja, mas que está mexendo com o Brasil: o Pé-de-Meia e o novo Farmácia Popular”, disse o presidente em linguagem informal.
O petista não apresentou novidades, mas explicou os dois programas e destacou seus benefícios em cerca de dois minutos.
Economia
Lula também disse ontem que a economia brasileira crescerá “mais que o previsto” este ano. Segundo o presidente, a microeconomia, não a macroeconomia, é que irá “salvar o país”. Pelas declarações, ele pretende levar adiante medidas que tornem o crédito mais acessível à população.
“Não acredite nessa bobagem da macroeconomia: ‘Ah, a economia não vai crescer’. Deixe a bola rolar. Pode se preparar que vai crescer mais agora”, discursou em evento oficial em Rio Grande (RS).
Na reunião ministerial de janeiro, Sidônio já havia dito que usaria cada vez mais a imagem de Lula. Mas a comunicação ganhou mais importância após a última pesquisa Datafolha mostrar que a aprovação do petista caiu de 35% para 24% em dois meses. É o menor patamar em seus três mandatos, além da reprovação recorde, de 41%.
FGTS
Também como parte da ofensiva popular, o governo anunciará a liberação do FGTS de quem foi demitido e não conseguiu acessar os recursos por optar pelo saque-aniversário. Ainda não há definição se o acesso ao dinheiro será apenas para quem já perdeu o emprego ou se valerá também para quem for demitido no futuro.
Criado pelo governo de Jair Bolsonaro, o saque-aniversário, que passou a valer em 2020, requer adesão prévia e autoriza o trabalhador a sacar, anualmente, parte do saldo do FGTS. Essa modalidade, porém, impede o saque-rescisão, para resgate de todo o valor do FGTS em caso de demissão sem justa causa.
Questionado se a proposta tem o aval da equipe econômica, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, disse que sim e justificou que o trabalhador que pediu saque-aniversário foi levado a se confundir com as regras.
“Algumas pessoas foram induzidas a erro. Quando você faz a opção pelo saque-aniversário, no momento da rescisão, você tem direito a um saque. Só que se você fizer o consignado, você perde esse direito, que só pode ser exercido anos depois. Isso criou muito desconforto entre os trabalhadores”, afirmou.