Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a possibilidade de anistia para os acusados de tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Ele participou neste sábado (22/2) do evento de aniversário de 45 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), realizado no Rio de Janeiro (RJ).
O presidente fez referências à denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ela responsabiliza 34 pessoas, entre elas Bolsonaro, por uma tentativa de golpe e plano para assassinar autoridades.
“Eles agora estão pedindo anistia, nem foram condenados, já querem ser anistiados. Eles deveriam estar pedindo era inocência, sabe, e não pedir anistia. Eles vão ser julgados, se tiverem culpa, vão ser condenados”, discursou Lula. “A gente gosta da democracia, a gente vai defender a democracia”, complementou.
Em vários momentos, militantes e oradores do PT entoaram manifestações contra qualquer anistia aos envolvidos nos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, que terminou com prédios públicos vandalizados em Brasília.
Também sem citar nominalmente, Lula fez críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele citou ações do americano, como renomear o Golfo do México de Golfo da América e dizer que o Canadá e a Groelândia pertencem ao Estados Unidos. “Ele não foi eleito para ser xerife do mundo, ele foi eleito para governar os Estados Unidos e ele que governe bem”.
Saúde
No evento, Lula comentou que realizou exames médicos em São Paulo, na quinta-feira. “Acho que vai ser muito difícil um jovem de 40 anos ter a saúde e a qualidade da saúde que eu tenho”, disse o presidente, que tem 79 anos de idade e é pré-candidato a reeleição para 2026.
“Eu quero dizer a todos aqueles que acham que podem destruir o PT. Eu estou mais vivo do que nunca, mais forte do que nunca e quem quiser nos derrotar vai ter que ir para o lugar que a gente sabe combater, que é na rua conversando com o povo”, disse.
Mobilização
O presidente também pediu para os militantes petistas que defendam a democracia e combatam as notícias falsas. “É preciso que a gente tenha coragem de enfrentar as fake news”, disse.
Ao defender que as pessoas conheçam as ações do governo para que possam rebater mentiras, Lula fez críticas ao próprio ministério. “Fiz uma reunião ministerial faz mais ou menos 20 dias e descobri na reunião que o ministério do meu governo não sabe o que nós estamos fazendo. Se o ministério não sabe, o povo muito menos”, enfatizou.
O evento de aniversário do PT contou com a participação de filiados, como os governadores Jerônimo Rodrigues (Bahia) e Elmano de Freitas (Ceará), parlamentares e ministros e representantes de movimentos sociais. Integrantes de partidos aliados também compareceram.
Janja
Lula elogiou a atual presidente do PT, a deputada federal Gleise Hoffmann, e rebateu opiniões que ouviu dentro do próprio partido de que ela não poderia presidir a legenda porque “só fala para bolha”. O presidente também afirmou que a primeira-dama, Janja, é alvo de críticas de pessoas que querem atingi-lo indiretamente.
“Eu digo sempre para Janja, ‘você tem duas opções: ou você para de fazer o que você gosta, e eles vão parar de te incomodar, ou você continua falando até perceberem que não vão mudar a tua ideologia, não vão mudar o teu pensamento’, isso é uma guerra”, contou.
O presidente ressaltou que a primeira dama pode falar o que quiser. “Eu não sou obrigado a concordar, mas se discordar, também eu tenho que perder alguns debates”.