Após meses de pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Rita Serrano, funcionária de carreira da Caixa, foi demitida pelo presidente Lula (PT). Indicado por Lira, Carlos Antônio Fernandes assume o cargo. Ele também é funcionário de carreira do banco e já trabalhou com o PP em outros governos petistas. Com Rita Serrano, sobe para três o número de mulheres demitidas do alto escalão.
A saída dela, que se une a Daniela Carneiro (ex-ministra do Turismo) e Ana Moser (ex-ministra do Esporte), ocorre no dia em que o governo lançou o programa Brasil sem Misoginia.
Fundos
No mesmo dia em que o presidente Lula cedeu a chefia da Caixa ao Centrão, a pauta econômica do governo avançou na Câmara dos Deputados. Por 323 votos a 119, os parlamentares aprovaram o texto-base do projeto de lei de tributação dos super-ricos em fundos exclusivos (fechados) e offshore (no exterior).
A aprovação dessa matéria, que foi pautada logo após o anúncio de mudança no banco estatal, é fundamental para aumentar a arrecadação em cerca de R$ 20 bilhões em 2024, ajudando a cumprir a meta de déficit zero.
Mas o texto final não foi exatamente como pretendia o governo. Os fundos no exterior teriam alíquotas de até 22,5%, mas o relator Pedro Paulo (PSD-RJ) estabeleceu 15% para todos os casos, cobrando o imposto duas vezes ao ano.
Para os fundos no Brasil, ainda há uma alíquota de 20% para aplicações com menos de um ano. Já a tributação do estoque do rendimento acumulado ficou em 8%, abaixo dos 10% desejados pelo governo. O texto segue agora para o Senado.
Nome rejeitado
O Senado rejeitou a indicação de Igor Roque, feita pelo presidente Lula, como defensor público-geral. Em votação secreta, foram 38 votos contra e 35 a favor. Ele sofreu forte pressão da ala conservadora que o associou à organização de um seminário sobre aborto na Defensoria.
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