A pesquisa Ipec, encomendada pela TV Globo e divulgada ontem (12/9), mostra estabilidade na corrida presidencial, com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indo de 44% para 46%, dentro da margem de erro de dois pontos, e Jair Bolsonaro (PL) permanecendo com os 31% do levantamento anterior. Ciro Gomes (PDT) recuou de 8% para 7%, também dentro da margem, e Simone Tebet (MDB) manteve seus 4%. Felipe d’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil) se mantiveram com 1%. Os demais não chegaram a um ponto.
Num eventual segundo turno, aponta o Ipec, Lula teria 53%, contra 36% de Bolsonaro. Em mais um sinal de estabilidade, 80% dos eleitores dizem já estar com o voto decidido.
Lula e Marina
Apontado em pesquisas anteriores, um crescimento de Bolsonaro foi o que motivou a reconciliação entre Marina Silva (Rede) e Lula, sacramentada ontem em uma entrevista coletiva em São Paulo, onde ela concorre a deputada. Ela também é vista como importante ponte com o eleitorado evangélico, embora tenha reiterado a importância do Estado laico, apontado por ela como uma conquista da Reforma protestante.
Clima tenso
O clima entre os militares e o TSE, que parecia distensionado, voltou a azedar ontem. A Corte negou em nota que tenha feito qualquer acordo com o Ministério da Defesa para um “acesso diferenciado em tempo real aos dados enviados para a totalização”. Os militares querem fotografar os boletins de 385 urnas nas seções eleitorais e comparar com os resultados delas que chegam ao TSE. A Defesa teme que, com esse recuo, sua principal proposta, a mudança do teste de integridade nas urnas, também seja rejeitada.
Posse no STF
Tida como uma das integrantes mais discretas do STF, a ministra Rosa Weber tomou posse ontem na presidência da Corte com um discurso duro, dizendo que o país vive “tempos difíceis, de maniqueísmos indesejáveis” e que o Supremo “tem sido alvo de ataques injustos e reiterados, por parte de quem desconhece o texto constitucional”.
Bolsonaro foi o primeiro presidente a faltar a uma posse no comando do STF desde 1993. Além disso, dois de seus ministros mais próximos, Ciro Nogueira (Casa Civil) e Fábio Faria (Comunicações), foram embora antes do discurso de Rosa Weber. Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Justiça, Anderson Torres, e o advogado-geral da União, Bruno Bianco, ficaram até o fim.
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