O mês de maio começa efetivamente nesta terça-feira (2/5) com uma semana agitada no mercado. Dentre as decisões importantes está a do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, que se reúne pela terceira vez este ano para decidir sobre o futuro da taxa Selic, há vários meses em 13,75% ao ano. A perspectiva no mercado é que não haverá alteração.
O atual governo tem pressionado o BC a baixar os juros para estimular a economia. Nessa luta, criou um embate direto com Roberto Campos Neto, presidente do BC. Na semana passada, Campos Neto afirmou que os núcleos da inflação continuam elevados e cortes na Selic devem ser feitos de maneira responsável. Assim, há praticamente um consenso de que o Copom manterá os juros inalterados mais uma vez.
Para o mercado, ainda que o anúncio de um novo arcabouço fiscal reduza incertezas e riscos, o BC deve continuar expressando preocupações com evolução da dívida pública e piora nas perspectivas da inflação nos horizontes mais longos. Por outro lado, o comunicado do Copom poderá fazer menção à desaceleração da economia global, queda no preço de commodities e uma redução maior que a esperada no crédito doméstico – motivos para uma redução nos juros.
Em Brasília, a Câmara dos Deputados deve começar a deliberar sobre o arcabouço fiscal. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, deve julgar a tributação de benefícios fiscais do ICMS. Também é esperado que o presidente Lula escolha dois novos diretores para o Banco Central. O tradicional relatório Focus, do Banco Central, com as projeções semanais para a economia, vai ser divulgado também nesta terça-feira (2). A semana também terá ainda um carregado calendário de resultados trimestrais das empresas.
EUA
O Banco Central dos Estados Unidos também decide sobre a taxa de juros do país esta semana. O Comitê de Mercado Aberto (Fomc) inicia a reunião na terça-feira, com desfecho na quarta, seguida pelo tradicional discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O monitor de juros do CME Group mostra que uma fatia de mais de 80% do mercado acredita que os juros americanos serão elevados mais uma vez, em 25 pontos-base, para o intervalo entre 5% e 5,25%. Apenas 16% dos economistas preveem uma manutenção da taxa.
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