O impasse no Chile em relação à nova Constituição do país parece não ter fim. Com 55% dos votos em um plebiscito de votação obrigatória, os chilenos disseram neste domingo (17/12) não à proposta de reforma constitucional, redigida pelo Conselho Constitucional, de maioria ultraconservadora.
Com o não à nova Carta Magna, segue valendo o texto de 1980, que entrou em vigor durante a ditadura de Augusto Pinochet e já sofreu 70 ajustes desde a transição democrática. O resultado dá fim a um processo iniciado durante as manifestações de 2019, quando milhares de chilenos saíram às ruas para exigir reformas.
O presidente Gabriel Boric, de esquerda, foi eleito em 2021, mas viu a primeira versão do texto, altamente progressista e identitária, ser rejeitada em 2022. Agora, ganhou um respiro com a recusa da população à versão conservadora. “Quero ser claro: durante o nosso mandato o processo constitucional está fechado, as emergências são diferentes”, afirmou Boric.
Já José Antonio Kast, ex-candidato presidencial e líder do Partido Republicano, de extrema-direita e que liderou a proposta rejeitada, disse que os adversários não têm motivo para festa. “O governo e a esquerda não podem comemorar porque os danos que o Chile sofreu nos últimos quatro anos vão levar muitas décadas para serem reparados.”