A candidatura de Marconi Perillo (PSDB) mudou o cenário em Goiás para a eleição ao Senado. Além de liderar todas as pesquisas de intenção de votos (veja o do Serpes), tem forte recall por conta dos quatro mandados de governador, amplo apoio no meio empresarial goiano e militância. Já a base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) vai para a campanha dividida com três candidatos. As outras candidaturas carecem de amplo apoio ou de densidade eleitoral.
Aliados de Marconi Perillo comentam que o tucano vai para a campanha a senador como se fosse candidato a governador. Ou seja: com total disposição (e estrutura) para vencer neste ano, depois de ter sofrido amarga derrota em 2018, quando disputou o mesmo cargo. Mas a sua vantagem para o segundo colocado nas pesquisas, o deputado Delegado Valdir (União Brasil), não é tão ampla. Além disso, tem a maior rejeição entre todos os candidatos. Ainda assim, Marconi Perillo avalia que tem muito espaço para avançar e que a divisão na base caiadista o favorece.
A candidatura hoje mais forte da base, no quesito pesquisas eleitorais, é a do Delegado Valdir. Tem forte presença nas redes sociais e fará forte discurso contra Marconi Perillo. Entretanto, é preciso esperar a campanha para se avaliar o efeito prático disto no eleitorado. E como não é o único candidato da base, não terá total respaldo de Caiado. O governador já disse que vai “citar” os três candidatos a senador da sua base na campanha. Além disso, Delegado Valdir não tem amplo apoio de lideranças. Corre o risco de não conseguir passar o adversário tucano. Pior: ser ultrapassado por algum nome hoje atrás dele nas pesquisas.
Pelotão do meio
O presidente do PP goiano, Alexandre Baldy, também não contava com Marconi Perillo (de quem já foi secretário e aliado) adversário. O pepista foi o que mais avançou na construção de apoios, tem penetração no meio empresarial e trabalha para ter votos do eleitorado do presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas lhe falta ainda densidade eleitoral, segundo pesquisas de intenção de votos. O terceiro candidato da base tem situação mais complicada: Vilmar Rocha (PSD). Foi ungido de última hora, não fez pré-campanha, não costurou apoios, não será único candidato da base governista e tem imagem muito ligada ao ex-governador tucano. Seu nome ainda não foi testado nas pesquisas.
Em relação às outras candidaturas ao Senado, duas merecem atenção: Wilder Moraes (PL) e João Campos (Republicanos). O primeiro, candidato oficial do presidente Bolsonaro, se a onda bolsonarista repetir neste ano em Goiás a força que teve em 2018. É improvável, mas que não se pode descartar. Naquela eleição, o empresário cresceu nas últimas duas semanas da campanha e ficou em terceiro lugar, com 14,4% dos votos válidos, na frente de Lúcia Vânia (9,4%) e Marconi Perillo (7,5%).
Demais candidatos
Já o deputado João Campos, que está na chapa de Gustavo Mendanha (Patriota), tem como principal trunfo o segmento evangélico, especialmente a Igreja Universal. Também buscará avançar no eleitorado do presidente Bolsonaro, de quem é aliado. Mas, no cenário que ficou consolidado para a eleição deste ano, ainda é pouco. Precisa avançar em outros segmentos. João Campos tem também hoje baixo porcentual nas pesquisas de intenção de votos.
A esquerda tem como principal candidatura a da ex-deputada Denise Carvalho (PCdoB), na chapa do PT. Deve ser beneficiada com os votos de apoiadores do ex-presidente Lula, mas seu nome sequer foi testado nas pesquisas. É preciso aguardar. Os demais candidatos a senador por Goiás dificilmente passarão de coadjuvantes na eleição deste ano.
Saiba mais: Caiado x Mendanha: cenário aponta para polarização em Goiás