O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) deve desistir de disputar eleição para o governo de Goiás e sair candidato a deputado federal. É o que mais se comenta nos bastidores do partido desde sábado (30/7). O tucano não nega, nem confirma. Afirma que a sua decisão final será anunciada até esta sexta-feira (5/8).
Entretanto, em conversas com aliados mais próximos, alguns consultados pelo ENTRELINHAS GOIÁS, Marconi Perillo tem sinalizado que deve ser mesmo candidato a deputado federal. A justificativa é que vai atender o pedido da direção nacional do PSDB e também ajudar a eleger pelo menos mais dois tucanos de Goiás para a Câmara dos Deputados.
Mas, há outros motivos para o ex-governador desistir (pelo menos neste ano) de voltar ao Palácio das Esmeraldas. O principal é a falta de uma aliança que fortaleça sua candidatura ao governo. Antigos aliados, como PSD e PP, fecharam com a base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).
Outra questão é a alta rejeição no eleitorado goiano que Marconi Perillo ainda tem para uma candidatura ao governo. Já foi bem maior, mas ainda continua sendo a mais elevada entre todos os pré-candidatos a governador. Isto aumenta as dificuldades para o tucano, que nas últimas pesquisas eleitorais divide o segundo lugar com o ex-prefeito Gustavo Mendanha (Patriota). Mas, este com a menor rejeição entre todos os pré-candidatos.
Alternativa Lula
Resta ainda para Marconi Perillo a alternativa de aliança com a esquerda em Goiás, tendo no palanque o candidato a presidente Lula (PT). Só que é uma possibilidade que tem enfrentado resistência entre lideranças e militância do PSDB em Goiás e também da cúpula nacional tucana.
Desde o fim de semana há um movimento na militância tucana em Goiás de dar “carta branca” para o ex-governador fechar alianças necessárias para concorrer ao Palácio das Esmeraldas. Ou seja: com o PT e PSB. Mas encontra pouco engajamento entre os militantes. Muitos deles vão, inclusive, votar no presidente Jair Bolsonaro (PL).
O diretório nacional do PSDB vazou nesta segunda-feira (1/8) uma carta endereçada para Marconi Perillo. Nela, pede que o tucano seja candidato à Câmara dos Deputados, numa estratégia de reconstrução do partido. Uma boa bancada federal significa maior fundo partidário.
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