Com o mundo à beira de um novo recorde de calor e à sombra da eleição de Donald Trump, que pode abandonar novamente o Acordo de Paris, como em seu primeiro mandato, começou nesta segunda-feira (11/11) em Baku, no Azerbaijão, a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP29).
“Estamos a caminho da ruína. E não se trata de problemas futuros. A mudança climática já está aqui. Precisamos muito mais de todos vocês”, conclamou em seu discurso de abertura o presidente da COP, Mukhtar Babayev, que é ministro da Ecologia do Azerbaijão e ex-diretor da estatal petrolífera do país.
Sem os chefes de governo de Estados Unidos e China, o evento, que vai até o próximo dia 22, precisa superar as divergências para firmar um acordo ambicioso, principalmente sobre o repasse de valores dos Estados ricos aos em desenvolvimento afetados pelas mudanças climáticas.
Governo Trump
Do outro lado do mundo, Trump anunciou que o ex-deputado Lee Zeldin, um republicano de Nova York, vai chefiar a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês). Esse posto é central para os planos de Trump de desmantelar as regulamentações ambientais.
Durante a campanha presidencial, ele prometeu “matar” e “cancelar” a EPA, assim como regras para combater o aquecimento global de restrição à poluição de escapamentos de veículos, de chaminés de centrais elétricas e poços de petróleo e gás.
Enquanto isso…
Um retrocesso ambiental nos EUA preocupa ainda mais frente à afirmação de que a meta climática de limitar o aquecimento global a 1,5ºC até o final do século pode já ter sido ultrapassada.
É o que sugere um estudo publicado na revista Nature Geoscience, indicando que o aumento das temperaturas em relação ao período pré-industrial já pode ter alcançado 1,5°C em 2023.
Pesquisadores usaram amostras de camadas de gelo retiradas do interior das geleiras da Antártica que cobrem os últimos 2 mil anos para entender a relação entre o aumento de dióxido de carbono na atmosfera e a elevação da temperatura global.