Não é de hoje que o Centro-Oeste brasileiro, impulsionado pelo dinheiro do agronegócio e do setor de serviços, se tornou uma aposta para o mercado de luxo expandir seus negócios no Brasil. Mas o avanço do segmento premium em diversas áreas no meio da pandemia espanta até aqueles que já conhecem os hábitos dos abastados da região central do país. Extensa reportagem do Valor Econômico de hoje mostra esse retrato, com foco especialmente em Goiânia, onde marcas voltadas a um público bem exclusivo têm conseguido desempenho muito acima da média nacional, que causa surpresa até em quem conhece essa realidade.
A reportagem conta que a loja da Louis Vuitton no shopping Flamboyant, por exemplo, já virou um case nacional. A marca teve 203% de crescimento de vendas em maio deste ano, em relação a maio de 2019 (em 2020, a pandemia forçou fechamento das lojas e portanto os dados não servem para comparação), segundo o superintendente comercial do shopping, João Ricardo Gusmão Ladeia. A reportagem também cita a construção de uma nova pista de pouso, do Antares Polo Aeronáutico, para jatos executivos, aproveitando o crescimento do número de aeronaves particulares no Estado.
Segundo a Infraero, até o mês passado o aeroporto de Goiânia registrou 22 mil voos fretados. Isto é mais do que o dobro do aeroporto Santos Dumont (8.288), no Rio de Janeiro, e cerca de 50% a menos que o aeroporto de Congonhas (32.526), em São Paulo, maior centro econômico da América do Sul.
O Valor Econômico também relata que a concessionária da Porsche em Goiânia, após as vendas superarem em mais de 50% as expectativas iniciais, está ampliando seu espaço para 2.500 metros quadrados. A fila para a compra de alguns modelos, que partem de R$ 600 mil, como o SUV Cayenne, chega a dois anos de espera. Outro ponto que chama atenção são os empreendimentos imobiliário de alto padrão, com piscinas individuais até em apartamentos compactos. Para uma fatia do público goiano, a crise econômica é uma questão de ponto de vista.