Em meio a um cenário de incertezas gerado pelas discussões sobre a PEC da Transição pelo governo eleito, o mercado financeiro vem piorando suas previsões para uma série de indicadores. O Boletim Focus elevou a expectativa de inflação para 2022 pela quinta semana consecutiva, de 5,88% para 5,91%. A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano também variou, de 2,80% para 2,81%. Já para a Selic, a projeção é de que a taxa básica de juros da economia encerre o ano nos mesmos 13,75% atuais.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,6 pontos em novembro, após uma queda de 3,8 pontos em outubro, segundo a FGV. Com o resultado, o índice atingiu 92,1 pontos, o pior resultado desde julho de 2020. O indicador apresentou queda da confiança em 14 dos 19 segmentos industriais monitorados pela pesquisa.
O resultado foi influenciado pela deterioração das percepções sobre a situação atual decorrente de uma piora da demanda e consequente aumento do nível de estoques, o maior desde o período de lockdown. Além disso, a perspectiva futura também está em baixa, possivelmente relacionada a uma desaceleração global prevista e um cenário econômico brasileiro de incertezas para o início do próximo ano.
Juros nas alturas
Mesmo após o fim do ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic), os juros cobrados pelos bancos no chamado crédito livre voltaram a subir, de 40,7% ao ano em setembro para 42,4% ao ano em outubro. Trata-se do maior nível desde novembro de 2017, ou seja, em quase cinco anos, segundo o Banco Central. Já no caso da taxa média de juros cobrada em operações com cartão de crédito rotativo, por exemplo, a taxa avançou de 390,7% ao ano em setembro para 399,5% ao ano em outubro.
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