Dos 17 deputados federais de Goiás, 8 podem mudar de legenda na janela partidária que vai se abrir entre 3 de março a 1º de abril, quando não correm o risco de perder o mandato. A maioria para garantir um partido que ofereça melhor condições para tentar a reeleição. Mas também tem os parlamentares que vão trocar de legenda por conta de alianças para a eleição ao governo estadual. Uns, que estão hoje em partidos de oposição, querem ir para a base do governador Ronaldo Caiado (DEM), especialmente para o MDB, comandado no Estado por Daniel Vilela. Outros vão fazer o caminho contrário: estão na base governista hoje, mas devem migrar para um partido que terá candidato de oposição a Caiado.
O deputado Célio Silveira deixará o PSDB, é fato. E deve ir para o MDB, onde tem ótima relação com Daniel Vilela e oficializaria sua ida para a base caiadista. Quatro devem acompanhar o governador Caiado no novo partido, o União Brasil, que nasce da fusão entre DEM e PSL: Delegado Waldir Soares, José Mário Scheriner, José Nelto e Zacharias Calil. Mas os três últimos também avaliam uma filiação no MDB. O deputado Lucas Vergílio tem conversado com Daniel Vilela para uma filiação no MDB, mas ainda não decidiu se deixará o Solidariedade, onde lidera a bancada do partido na Câmara dos Deputados.
Já os deputados Vitor Hugo e Professor Alcides devem ir para partidos de oposição ao governador Caiado na eleição deste ano. O primeiro alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, que filiou no PL; e o segundo numa legenda que fará parte da aliança em torno do prefeito Gustavo Mendanha, pré-candidato a governador.
A troca de partido deverá ser intensa neste ano em todas as bancadas. O PT foi o partido que elegeu mais deputados federais em 2018, com 54. Em segundo, o PSL, com 51. De lá para cá, inverteram de lugar: o PT perdeu 1 deputado, caindo para 53. O PSL ganhou 4 e hoje tem 55. O terceiro partido com mais deputados eleitos em 2018 foi o PP, com 38. Ganhou mais 4, indo para 42, mas foi ultrapassado pelo PL – novo partido de Bolsonaro – que conquistou 10 deputados e hoje tem 43. Mas, o presidente deve atrair mais de 20 deputados do PSL para o PL.
O PSL irá se fundir ao DEM (tem hoje 27 deputados), para criação do União Brasil. Com a fusão, passarão a ter uma única bancada no Congresso. A migração de deputados aliados ao presidente Bolsonaro para o PL e a fusão do PSL e DEM são os dois grandes movimentos que mais devem mudar a cara das bancadas do Congresso Nacional.
Deputados que podem mudar de partido:
- Célio Silveira: trocar o PSDB pelo MDB
- Delegado Waldir: trocar o PSL pelo União Brasil
- José Mario: trocar o DEM pelo União Brasil ou MDB
- José Nelto: trocar o Podemos pelo MDB ou União Brasil
- Lucas Vergílio: trocar o Solidariedade pelo MDB
- Major Vitor Hugo: trocar o PSL pelo PL
- Professor Alcides: trocar o PP por um partido pró-Gustavo Mendanha
- Zacarias Calil: trocar o DEM pelo MDB ou União Brasil
Deputados que devem continuar no partido:
- Flavia Morais (PDT)
- Francisco Jr (PSD)
- João Campos (PRB)
- Glaustin da Fokus (PSC)
- Magda Mofatto (PL)
- Rubens Otoni (PT)
- Adriano do Baldy (PP)
- Elias Vaz (PSB)
- Alcides Rodrigues (PRP)