Pela primeira vez em sua história, o México será presidido por uma mulher. Dados preliminares divulgados pela autoridade eleitoral do país indicam que a esquerdista Claudia Sheinbaum, de 61 anos, ex-prefeita da Cidade do México, foi eleita numa disputa contra a senadora e empresária de centro-direita Xóchitl Gálvez, também de 61 anos.
Sheinbaum, que toma posse no dia 1º de outubro, é afilhada política do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, e já disse que fará um governo de continuidade, no que chama de “segundo andar” das reformas introduzidas pelo atual mandatário.
Formada em Física com doutorado em Engenharia Energética, a futura presidente tinha uma carreira sólida como cientista nos EUA, especializada em mudanças climáticas, antes de entrar para a política como secretária do Meio Ambiente da capital quando López Obrador era prefeito.
O fato de as duas principais candidatas serem mulheres foi um marco em um país com tradição machista como o México, mas a campanha foi ofuscada pela violência, que, segundo o governo, matou mais de 20 candidatos, embora dados independentes apontem 37 mortos.
Mulheres na política
Impulsionado por ativistas feministas, o México adotou ao longo dos últimos anos leis cada vez mais amplas que incentivam uma maior representação das mulheres na política, incluindo na Constituição, em 2019, a paridade de gênero nos três poderes.
Hoje, metade do Legislativo é composto por mulheres. E elas chefiam o Supremo Tribunal, ambas as casas do Congresso e o Banco Central. Também estão à frente dos ministérios do Interior, Educação, Economia, Segurança Pública e Relações Exteriores.
Apesar disso, o país é um lugar perigoso para ser mulher. Segundo dados da ONU, em média dez mulheres são assassinadas diariamente no país.