A taxa média de juros para famílias e as empresas, em janeiro deste ano, chegou a 42,3% ao ano nas concessões de crédito livre. Aumento foi de 4,6 pontos percentuais em 12 meses, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (13/3) pelo Banco Central (BC).
Nas novas contratações para empresas, o custo médio do crédito atingiu 24,2% ao ano, alta de 2,5 pontos percentuais no mês e 1,7 p.p em relação a janeiro do ano passado. Nas contratações com as famílias, o custo médio alcançou 53,9% ao ano, aumento de 0,8 p.p no mês e de 1,6 p.p em 12 meses.
De acordo com o BC, o aumento no custo de juros para as famílias foi impulsionado pelas elevações das taxas de crédito pessoal não consignado (+5,3 p.p.) e de financiamento para a aquisição de veículos (+2,0 p.p.). Bem como pela maior participação relativa das operações de cartão de crédito rotativo na composição da taxa média de juros do segmento.
Em relação às empresas, os motivos foram os incrementos nas taxas médias de juros das operações de cartão de crédito rotativo (+103,1 p.p.), capital de giro com prazo até 365 dias (+9,3 p.p.) e capital de giro com prazo superior a 365 dias (+1,7 p.p.).
Saldo
O BC informou ainda que o saldo das operações de crédito no Brasil se manteve estável em janeiro em comparação a dezembro, totalizando R$ 6,5 trilhões.
Em 12 meses, o crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) cresceu 11,7%. Os saldos de crédito às empresas e às famílias registraram aceleração, com avanços, na ordem, de 10,2% ante 9,9% em dezembro do ano passado e de 12,7% para as famílias ante 12,5% ante o mesmo mês de 2024.
Já o saldo das operações de crédito com recursos livres – em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes – alcançou R$ 3,7 trilhões em janeiro. Uma redução de 0,5% no mês e incremento de 11,5% comparativamente ao mesmo período do ano anterior.
O crédito livre para empresas somou R$ 1,5 trilhão, com recuo mensal de 3,2% e incremento de 9,7% em 12 meses. O BC disse que esse resultado refletiu, em grande parte, a redução da carteira de desconto de duplicatas e outros recebíveis (-15,6%). Bem como os recuos nos estoques de capital de giro total (-1,0%), adiantamento de contratos de câmbio ( -2,4%), repasses externos (-6,8%) e antecipação de faturas de cartão de crédito (-2,6%).
O crédito livre às famílias avançou 1,4% no mês e 12,7% comparativamente a janeiro do ano anterior, totalizando R$2,2 trilhões. Esse desempenho foi bastante disseminado entre suas principais modalidades, com destaque para crédito pessoal não consignado (2,6%), financiamento para aquisição de veículos (2,0%), crédito pessoal consignado para beneficiários do INSS (2,3%) e cartão de crédito rotativo (6,7%).
Inadimplência
Em janeiro, a inadimplência do crédito total do SFN, considerados os atrasos superiores a 90 dias, alcançou 3,2% da carteira. Aumento mensal de 0,3 p.p. e redução de 0,1 p.p. na comparação com o mesmo período do ano anterior. Nas operações de crédito livre, a inadimplência avançou 0,3 p.p. no mês e recuou 0,2 p.p. em 12 meses, ao atingir 4,4% da carteira.
Para as pessoas jurídicas, a inadimplência no crédito livre às alcançou 2,8% do estoque, com incremento de 0,3 p.p. no mês e redução de 0,5 p.p. em doze meses. A taxa de inadimplência da carteira de crédito livre às famílias também aumentou 0,3 p.p. no mês, mantendo-se estável em comparação ao mesmo período do ano anterior, em 5,5%.
“O endividamento das famílias situou-se em 48,3% em dezembro, permanecendo estável em relação ao mês anterior e crescendo 0,6 p.p. comparativamente a dezembro de 2023. O comprometimento de renda aumentou 0,5 p.p. no mês, alcançando 26,8%, maior nível desde outubro de 2023, interrompendo a trajetória decrescente iniciada em setembro de 2024. A variação em doze meses atingiu +0,9 p.p.”, disse o BC.