A extensa e heterogênea lista de acusados de serem comunistas pelo bolsonarismo radical ganhou mais um nome ilustre hoje: o ex-ministro Sergio Moro, pré-candidato a presidente da República. Quem fez a acusação foi o seu ex-colega na Esplanada dos Ministérios Ricardo Salles (Meio Ambiente), que chamou Moro de “traíra” e o acusou de estar alinhado ao PSDB. A declaração de Salles, claro, virou meme instantâneo nas redes sociais.
“O cara (Moro) aceitou ser político, aceitou ser ministro do Bolsonaro sabendo que não tinha nada a ver com o governo; sabendo que ele é de esquerda, que ele é contra as armas, é a favor de drogas, ele tem uma visão… o Moro é comunista. Ele é tucano”, disparou Ricardo Salles em um programa da Jovem Pan. Salles é pré-candidato ao Senado por São Paulo. Os demais participantes do programa discordaram do ex-ministro do Meio Ambiente, mas disseram que o juiz que comandou a Lava Jato e defende pautas liberais tem um perfil de centro-esquerda.
Aliados de Bolsonaro costumam rotular de “comunista” pessoas, empresas e instituições que não se alinham ao presidente, independentemente de posição política e ideológica. Já foram classificados assim o Supremo Tribunal Federal, o economista Armínio Fraga, o Grupo Globo, o governador João Doria (PSDB), o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM), e até símbolos indiscutíveis do capitalismo mundial, como a revista The Economist e o empresário Bill Gates.