Foram vazias as manifestações convocadas para o domingo (12 de Setembro) em todo o País pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Na Avenida Paulista, segundo os cálculos da Secretaria de Segurança Pública, havia apenas 6 mil pessoas. Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, não chegou a 1 mil. Em frente à Superintendência da Polícia Federal em Goiânia, cerca de 200 manifestantes pediram o impeachment do presidente. A maioria foi vestida de roupa branca e alguns levaram cartazes a favor da Lava Jato e contra Bolsonaro. Foi apenas uma pequena fração de pessoas comparado com o quórum das manifestações pró-Bolsonaro em Sete de Setembro.
Bolsonaristas e petistas se uniram nas redes sociais para apontar o suposto fracasso dos protestos contra o presidente, que tiveram pouca gente nas ruas, mesmo com alguns pesos-pesados da política nos carros de som em São Paulo, como havia muito tempo não se observava em um ato. Ficaram evidentes duas lições: 1) o PT, por ora, não aceita alternativa que não seja a união em torno de sua liderança e da campanha de Lula; 2) o ato teve o tamanho do MBL e foi um retrato das dificuldades da terceira via.
“Para fazer o impeachment e proteger a democracia brasileira temos que juntar todo mundo”, disse na Avenida Paulista o ex-ministro Ciro Gomes, candidato à presidência pelo PDT. Também foram o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) e os senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Alessandro Vieira (Cidadania-MA).
O governador paulista João Doria (PSDB) cobrou a presença do PT. “Temos que estar juntos e formar uma grande frente democrática”, argumentou. Mas defendeu a manifestação. “Não é algo feito com ansiedade. Esse é o primeiro movimento a partir da liberação da quarentena.”
O ENTRELINHAS GOIÁS antecipou (leia aqui) a divisão entre as lideranças que preparam as manifestações contra Bolsonaro, principalmente com as do PT não querendo dividir os holofotes com os tucanos e muito menos estarem ao lado do MBL que defende nem Lula nem Bolsonaro em 2022. Agora é esperar os protestos que os petistas e aliados dizem organizar para 2 de outubro.