Um veículo hatch elétrico tem chamado a atenção em Goiânia (e no Brasil todo, na verdade): o Ora, que começou a ser comercializado pela montadora chinesa GWM a partir de meados do ano passado no país. São duas versões: a de entrada, Ora 03 Skin (R$ 150 mil), e a esportivada Ora GT (R$ 184 mil).
O ENTRELINHAS GOIÁS foi convidado pela GWM para testar o Ora no autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP). O que prometia ser uma empolgante experiência, se mostrou frustrante. Não por conta do veículo. Como não foi um evento fechado para a imprensa especializada, cada convidado teve direito a apenas uma volta no autódromo. Ou seja: 4 quilômetros. Cerca de 3 minutos. E só.
Apesar do teste relâmpago, foi possível avaliar alguns pontos que tanto têm chamado a atenção de consumidores goianos e brasileiros. O Ora já é o segundo carro 100% elétrico mais vendido no país, perdendo apenas para o seu concorrente direto BYD Dolphin.
A primeira impressão é realmente a que fica. O design do carro agrada. Tem um quê de Mini Cooper e Porsche Macan. Possui faróis full-LED com comutação automática, quadro de instrumentos digital configurável e central multimídia com tela de 10,25 polegadas cada, câmera com visão 360 graus. As rodas são de 18 polegadas, mas com desenho diferente entre as duas versões.
A GWM criou também uma identidade própria para o carro, com as lanternas traseiras acopladas à base do vidro traseira.
Tecnologia e segurança
O hatch da GWM ainda oferece ACC (controle de cruzeiro adaptativo) com função para-e-anda, assistente de manutenção em faixa, alerta de colisão com frenagem automática de emergência, sete airbags e outros itens de segurança. O carro também possui um sistema de estacionamento autônomo, tampa do porta-malas elétrica e carregador de celular por indução.
O painel do Ora tem duas telas de 10,25 polegadas, uma para instrumentos e outra para o sistema de entretenimento, compatível com Apple CarPlay e Android Auto sem fio. O desenho do volante entrega a sua origem chinesa e pode não agradar a maioria.
A versão GT chama ainda mais a atenção com seus para-choques agressivos, com difusor na dianteira, além de teto solar, aerofólio, entre outros diferenciais e opcionais. Valem os R$ 34 mil a mais pedidos para a versão topo de linha? Que fica mais vistoso, fica.
Espaço e desempenho
Com 4,25 metros de comprimento e 1,84 metros de largura, tem porte similar a de um Volkswagen Golf. Embora tenha um porta-malas bem pequeno (220 litros), o espaço interno é bom. O entre-eixos do Ora mede 2,65 metros, mesmo tamanho de um VW T-Cross, por exemplo.
O motor elétrico dianteiro é o mesmo em ambas versões: são 171 cavalos de potência e 25,5 kgfm de torque. Isto garante boas acelerações instantâneas. Vai de 0 a 100 km/h em 8,2 segundos, segundo a montadora. Para se ter uma ideia, o rival BYD Dolphin tem apenas 95 cavalos de potência.
Mas há um detalhe: para economizar bateria, a velocidade máxima do Ora é limitada em 160 km/h. E, por falar em autonomia, segundo o Inmetro, o hatch da GWM roda até 320 quilômetros com a bateria 100% carregada. E uma recarga rápida (até 80%) demanda 30 minutos.
Além de bonito, o Ora empolga nas acelerações (como quase todo carro elétrico), embora está longe de ser um esportivo. É estável nas curvas (sem exagerar, claro) e freia muito bem.Por dentro, é confortável e agradável, apesar do seu volante de gosto duvidoso.
Mas em 5 minutos é impossível avaliar além disto. Talvez você tenha mais sorte ao pedir um test-drive na concessionária da sua cidade.
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