As lideranças do PSD em Goiás têm dado vários recados sobre quais caminhos poderão seguir para a eleição do próximo ano. Há um ponto convergência entre elas: a prioridade será a eleição de Henrique Meirelles para o Senado. Portanto, a aliança dependerá prioritariamente da garantia da vaga na chapa majoritária para esta candidatura. A preferência, inclusive de Meirelles, é de composição com o governador Ronaldo Caiado (DEM). O ex-ministro da Fazenda é conhecido por seu pragmatismo (é do mercado financeiro), em que todos seus passos são calculados.
Mas, a aliança antecipada entre Caiado e Daniel Vilela (MDB) no final de setembro, com o emedebista já garantido na chapa como candidato a vice-governador, e o reembarque do PP no governo estadual neste mês deixaram os pessedistas com um pé atrás. Hoje existem sete nomes (ou partidos) cotados para a vaga ao Senado na chapa caiadista.
O senador Vanderlan Cardoso é uma das lideranças do PSD que têm emitido vários recados. Hoje (30/10), na coluna Giro do jornal O Popular, afirma que a aliança antecipada entre Caiado e Daniel foi uma “ducha de água fria” e o refez rever a posição de aliado de primeira hora. É que Vanderlan foi um dos primeiros no PSD a defender a reeleição do governador, principalmente no ano passado, quando foi candidato a prefeito de Goiânia apoiado por Ronaldo Caiado. Contra Maguito Vilela (MDB).
“O Plano A, B, C e D é a eleição do Meirelles, mas não necessariamente preciso estar com o governador”, enfatizou o senador, que passou a conversar com o prefeito Gustavo Mendanha (sem partido), pré-candidato a governador. Claro, Vanderlan espera ter uma nova oportunidade de disputar o governo de Goiás em 2026. Se a chapa DEM-MDB ganhar em 2022, Daniel será o candidato natural à sucessão de Caiado pela base governista.
Lissauer Vieira
O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSB) está de malas prontas para filiar no PSD. Isto vem sendo costurado há muito tempo. Inicialmente, gostaria de ser indicado para a vice de Caiado na eleição de 2022. Isto não lhe mais pertence desde que foi sacramentada a dobradinha do governador com Daniel. O que deixou o deputado magoado.
“Não tenho relacionamento político com o Daniel Vilela. Não quero ter relacionamento político com ele. Não acredito nas ações dele. Não acredito na forma de ele fazer política”, disse Lissauer nesta semana. O presidente da Assembleia agora tem definido seu projeto eleitoral para 2022: ser eleito (com uma das maiores votações) deputado federal.
Para isso, conta com apoio do governador Caiado. Mas, não muito com Daniel, que inclusive tem como aliado o ex-deputado Heuler Cruvinel, da mesma região de Lissauer e também pré-candidato a deputado federal. A meta do presidente estadual do MDB é eleger uma boa bancada federal goiana do partido. Hoje tem apenas o senador Luiz do Carmo, que era primeiro suplente de Caiado.
Vilmar Rocha
E o presidente do PSD em Goiás? O ex-deputado Vilmar Rocha esperar dar tempo ao tempo. Tem dito que única questão fechada no partido é a candidatura de Meirelles para o Senado. Como e com quem, só no segundo trimestre do próximo ano haverá respostas. Mas, em entrevistas logo após sacramentada a aliança entre Caiado e Daniel, Vilmar disse acreditar que boa parte do eleitorado do MDB deve migrar para a oposição.
“Se o MDB não lançar candidato, aparecerá um outro com espaço e potencial de ter na faixa de 30% no primeiro turno. E eu inclusive acredito em segundo turno em 2022. Não teve 2º turno em 2018, mas a eleição de 2018, tanto a nível estadual quanto nacional foi atípica, então eu acredito num espaço forte para candidatura de oposição”, disse Vilmar.
A aliança, então, pode ser com Gustavo Mendanha, pré-candidato a governador? Experiente na política, o presidente do PSD goiano não quer antecipar nenhum cenário. Até porque antes quer ver Gustavo, de fato, candidato a governador. Para isso, terá de deixar a prefeitura de Aparecida de Goiânia no início de abril. “Ele nem partido tem. Deixa ele primeiro definir partido, se ele é candidato mesmo”, disse Vilmar.