Atualização (13h30): alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (5/7), o coach e influenciador digital goiano Pablo Marçal disse se considerar “um perseguido político no Brasil”. A investigação é para apurar falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e lavagem de capitais durante a última eleição. Marçal foi pré-candidato a presidente da República pelo PROS em 2022. Tentou, mas também não conseguiu, depois sair candidato a deputado federal.
Por meio de suas redes sociais, Marçal confirmou ter sido alvo da operação da Polícia Federal. “Não fui acordado pela PF hoje porque as 3h45 eu já estava acordado colocando pressão no sol. Fizeram busca e apreensão na minha casa com esse documento e não acharam nenhuma irregularidade. Fizeram buscas em sete endereços [três empresas, dois sócios, um advogado e levaram apenas celular e notebook, como de praxe]”, escreveu.
Para Marçal, “trata-se de uma investigação eleitoral sobre as doações lícitas que movimentamos para usar as aeronaves e veículos de propriedade empresarial do grupo societário que faço parte com o escopo eleitoral. Quero ressaltar que a perseguição política engendrada contra a minha pessoa é fruto do pacote que todos estão sofrendo por terem apoiado o [ex] presidente [Jair] Bolsonaro”, postou.
A operação foi batizada de Ciclo Fechado e realizada nos municípios paulistas de Barueri e Santana do Parnaíba. Segundo a Polícia Federal, “o investigado, que foi candidato a presidente da República e à Câmara dos Deputados, e seu sócio, realizaram doações milionárias às campanhas, sendo que boa parte desses valores foi remetido posteriormente às próprias empresas das quais são sócios”.
Em agosto do ano passado, Pablo Marçal chegou a lançar sua candidatura à Presidência da República pelo Pros. Sua candidatura, no entanto, foi questionada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que decidiu rejeitá-la. Então, ele decidiu se candidatar a deputado federal, mas teve também o seu registro rejeitado pelo TSE.
Condenação prescrita
Não é a primeira polêmica envolvendo Pablo Marçal, que atua como coach e palestrante, além de autor de diversos livros de autoajuda. O que lhe rendeu milhões de seguidores nas redes sociais. Em 2010, chegou a ser condenado pela Justiça por participação em quadrilha de desvio de dinheiro de bancos. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), Pablo Marçal possuía ligações diretas com dois homens acusados de serem chefes da organização criminosa. Mas, em 2018, ele teve a pena extinta por prescrição retroativa.
Também se envolveu numa quase tragédia: como exercício de coach, levou 32 pessoas ao topo do Pico do Marins (SP), na Serra da Mantiqueira, que precisaram ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Neste ano, sua empresa foi alvo de denúncia de uma ex-funcionária por “rotina de assédio moral”. Segundo a denúncia, os funcionários eram obrigados a praticar exercícios diários, além de participação em corridas de rua. Numa dessas, o colaborador Bruno da Silva Teixeira acabou falecendo por, suspeitamente, falta de preparo físico para uma maratona de 42 quilômetros.