O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, informou, após reunião com representantes dos setores de comércio e serviços e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que o governo lançará um novo programa de crédito voltado a pequenas e médias empresas. A estimativa é a liberação de R$ 100 bilhões, em um plano que pode ser apresentado nos próximos dias, para empresas que vão de MEI (Microempreendedor Individual) a empresas de médio porte, com faturamento de até 300 milhões de reais por ano.
O projeto deve ser administrado pelo BNDES e CEF, e girar em torno da ampliação da disponibilidade de fundos garantidores de crédito, aos moldes do FGO (Fundo de Garantia de Operações) e FGI (Fundo Garantidor para Investimentos). O programa reuniria outros fundos, que prestariam garantia para as operações. A premissa do projeto é que a obtenção de garantias para liberar empréstimos e reduzir os juros é uma das maiores dificuldades para pequenas e médias empresas.
O ministro Paulo Guedes disse ontem também que o governo quer reduzir em 25% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O impacto para os cofres públicos é calculado em R$ 20 bilhões. Guedes também adiantou outras novas medidas, como o programa de universalização do acesso ao crédito e a liberação de recursos do FGTS para pessoas endividadas, como iniciativas de estímulo para o crescimento econômico.
“Com a redução do IPI, vamos reindustrializar o Brasil. A indústria brasileira está sofrendo nas últimas décadas com impostos altos, juros e encargos tributários”, disse durante um evento do BTG Pactual. As novas medidas serão lançadas até o fim de 2022.
Mas, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que reduzir o IPI pode auxiliar na queda da inflação no curto prazo, mas não tem efeito de forma estrutural. “Se você abaixa imposto ou faz alguma coisa que abre mão de receita para obter um preço de produto mais baixo naquele momento, estruturalmente você não está ajudando a inflação”.