O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) deve manter no governo perfil semelhante ao que teve na campanha e na vice de Mário Covas, em São Paulo. Conquistou espaço na cúpula, mas sem holofotes. O perfil discreto deve ditar, de um lado, o seu modus operandi no governo. Esse jeito de fazer política, aparentemente sem muita emoção, lhe rendeu o apelido de “picolé de chuchu” por seus adversários, devido à suposta ausência de gosto do legume.
É assim que Alckmin deve se apresentar tanto ao mundo político quanto à opinião pública. Do outro lado, deve herdar da campanha influência nas cinco áreas que ficaram sob sua responsabilidade: mercado, empresários, agronegócio, saúde e cultura. A isso, deve ser somada a interlocução com governadores e prefeitos. Ele governou São Paulo por 4 mandatos. Não está totalmente descartado, mas Alckmin não deve assumir nenhum ministério. Terá influência neles, porém.
Tebet no governo
Não passou despercebido o fato de o primeiro agradecimento feito pelo presidente eleito Lula na comemoração da vitória ter sido endereçado à senadora Simone Tebet (MDB-MS), terceira colocada no primeiro turno. Ela mergulhou de cabeça na campanha do presidente eleito e, segundo pessoas ligadas ao petista, só não ocupará um ministério se não quiser.
Entre as pastas especuladas para ela estão Educação e Agricultura — Tebet é professora de formação e vem de uma família de donos de terras no Centro-Oeste. Marina Silva (Rede-SP), que estava afastada de Lula havia mais de dez anos e se engajou nesta campanha, também recebeu agradecimentos no palco e abraçou o presidente.