Após diversas reuniões com lideranças do PSDB no interior do Estado e declarações públicas de tucanos sobre interesse numa aliança eleitoral, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, pisou no freio e agora demonstra que quer manter uma espécie de “distanciamento respeitoso” do partido. É um movimento calculado pelo o ex-emedebista para não atrair para si os desgastes que o PSDB e o ex-governador Marconi Perillo acumularam após 20 anos no comando do Estado.
À coluna Giro, do Popular, o pré-candidato a governador disse hoje que acredita que o PSDB terá candidato a governador e que, portanto, não estarão juntos no 1º turno em 2022. “O PSDB sempre foi um partido protagonista e acredito que ele também tenha uma candidatura. É importante para a democracia. Esse é o momento de cada um trabalhar para construir as suas frentes. Sempre tive relação respeitosa com Marconi (Perillo) quando ele era governador. Mas nas eleições sempre estivemos de lados opostos”, afirmou.
A posição de Mendanha foi adotada também por Marconi. Depois de dizer que o PSDB queria filiar o prefeito de Aparecida e confirmar que os dois estavam conversando sobre uma aliança eleitoral, no início de setembro, o ex-governador voltou a defender nos últimos dias que seu partido precisa ter candidato ao Palácio das Esmeraldas. O próprio Marconi é colocado como um potencial nome (hoje, é o único dentro do PSDB). Na bolsa de apostas do meio político, fala-se que ele também teria interesse em ser candidato ao Senado na chapa de Mendanha, caso não leve adiante a tese de candidatura própria.
Desde que acelerou seu projeto de ser candidato a governador e começou a circular pelo Estado, as agendas de Gustavo Mendanha têm contado com forte presença de lideranças tucanas. Em passagem pelo Norte goiano, há cerca de 12 dias, ele foi recebido pelos prefeitos Carlos Alberto Lereia (Minaçu) e Valmir Pedro (Uruaçu), que são muito ligados a Marconi. A deputada estadual Lêda Borges também tem defendido que o PSDB apoie Mendanha, justificando que ele representaria uma nova força política em Goiás. A perspectiva agora é de que ambos lados adotem um tom mais cauteloso ao falar sobre união das oposições.