O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse nesta quarta-feira (4/2) que a legislação não concede imunidade absoluta aos parlamentares. E que as críticas vindas de autoridades políticas sobre eventuais investigações contra integrantes do Legislativo não colocarão em risco o cumprimento das missões atribuídas à PF.
A afirmação foi feita após o diretor-geral ser questionado sobre as reações de autoridades políticas às operações e investigações contra parlamentares. “Essas reações não atrapalham de forma nenhuma os nossos trabalhos. Trabalhamos com base na Constituição”, disse. Ele lembrou ainda que não é a PF que abre inquéritos. “É a Suprema Corte”, frisou.
Recentemente, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou o indiciamento dos deputados Cabo Gilberto Silva (PL-PB) e Marcel Van Hattem (Novo). Por calúnia e difamação contra o delegado Fábio Shor, responsável pelo indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.
Ao afirmar que tem muito respeito parlamento, Andrei Rodrigues disse que considera “muito importante” separar o que são prerrogativas e liberdade de expressão dos parlamentares do que é crime. E que a imunidade parlamentar não dá, ao parlamentar, direito a cometer crimes. “Nem mesmo o direito à vida é absoluto. É o caso da legítima defesa, por exemplo. Não há direito absoluto para ninguém. E imunidade parlamentar não é direito absoluto”, acrescentou.