A nova rodada da pesquisa da Quaest sobre a eleição presidencial, divulgada hoje (16/3), mostra num primeiro momento um cenário de estabilidade, com o ex-presidente Lula (PT) liderando as intenções de votos, mas com gradual crescimento do presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, os dados apontam também para uma tendência consistente de recuperação na imagem do governo Bolsonaro que, se ainda está longe do ideal para conseguir uma reeleição, já foi pior no ano passado. Aliás, é algo que tem preocupado muito os petistas.
O ex-presidente Lula tem 44% das intenções de votos na pesquisa estimulada, patamar que tem se mantido desde julho do ano passado, com pequenas variações (entre 42% e 46%). O mesmo pode se dizer de Bolsonaro, que tem hoje 26% das intenções de votos. Desde julho, o presidente varia entre 22% e 26%, mas desde dezembro tem mantido uma trajetória de crescimento mais firme nas intenções de votos.
Na pesquisa espontânea, depois de ter crescido de 21% (julho de 2021) para 29% (novembro), Lula tem oscilado para baixo e hoje tem 27% das intenções de votos. Já Bolsonaro apresenta uma pequena reação, recuperando principalmente as intenções de votos perdidas no segundo semestre do ano passado. Em julho de 2021, tinha 18%. Caiu para 15% em dezembro e agora tem 19%.
Os demais pré-candidatos cresceram pouco ou quase nada, mostrando que a eleição presidencial caminha para ser polarizada mesmo entre Lula e Bolsonaro, embora ainda há muito chão até outubro. No pelotão do meio, Sérgio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) aparecem praticamente empatados, na casa de 7% a 8% das intenções de votos na pesquisa estimulada. Os demais ficam na rabeira, com menos de 3%. E o pior: são votos incertos, porque é elevado o porcentual de seus eleitores que podem mudar de posicionamento.
Recuperação
A avaliação do governo de Jair Bolsonaro continua pior do que já foi em julho do ano passado, quando já era alta. Naquele mês, 45% da população desaprovava a sua gestão. Agora, são 49%. Mas a desaprovação em novembro passado já foi de 56%. Ou seja: com a mudança no seu discurso e, principalmente, ao se voltar em temas relevantes para os brasileiros, o presidente começa a reduzir a avaliação negativa em torno de si.
A aprovação do governo Bolsonaro, que em julho era de 27%, agora está em 25%. Mas em novembro tinha caído para 19%. Novamente, mostra uma recuperação gradual na imagem do presidente. Tanto, que 50% dos entrevistados afirmam hoje que o seu governo está pior do que esperavam. Isso já foi 55% há apenas dois meses, em janeiro deste ano.
Um fator tem sido determinante para isto, mostra a pesquisa: os programas sociais de transferência de renda. Entre aqueles que recebem algum tipo de auxílio, a avaliação negativa de Bolsonaro caiu 41% (janeiro) para 23% neste mês.
A pesquisa perguntou se o eleitor da terceira via votaria em Lula, caso ele tivesse condição de ganhar no primeiro turno, e a resposta foi: 66% disseram não. Mas, também 77% responderam que não votariam em Bolsonaro para evitar uma vitória do petista. Ou seja: para ambos, há dificuldade de conquistar os votos deste eleitorado. Um desafio, especialmente, para o segundo turno.