O presidente Jair Bolsonaro (PL) mudou ontem (23/5) novamente o comando da Petrobras, a menos de cinco meses do primeiro turno das eleições presidenciais. Demitiu José Mauro Coelho, há apenas 40 dias no cargo, e indicou Caio Mário Paes de Andrade. Será o quarto presidente da companhia em pouco mais de um ano.
Já presidiram a estatal neste período: Roberto Castello Branco (janeiro de 2019 a abril de 2021) e Joaquim Silva e Luna (abril de 2021 a abril de 2022). Ambos foram demitidos após contrariarem Bolsonaro com reajustes dos combustíveis.
Agora, o mercado dá como certa mudança nos preços da empresa, um calcanhar-de-Aquiles para a popularidade de Bolsonaro, em ano eleitoral, devido à pressão que exerce sobre a inflação. Embora seja favorável à manutenção do alinhamento dos preços à paridade de importação, o ministro Paulo Guedes (Economia) defende um espaçamento temporal maior entre os reajustes promovidos pela estatal, algo em torno de 100 dias.
Ou seja: provavelmente não haveria reajuste de preços dos combustíveis durante o período da campanha eleitoral. A reação do mercado nesta terça-feira (25/5) não foi a melhor: as ações da Petrobras abriram com queda de 12%.
Outra medida em estudo é a imposição de uma trava para reajustes. Nesse caso, a ideia é que, se o preço internacional variar apenas dentro de uma faixa pré-estabelecida, a Petrobras ficaria impedida de praticar reajustes – sendo autorizada apenas caso a cotação ultrapasse o teto da banda.
A expectativa é que Paes de Andrade também ajude a engrossar o coro de Guedes e do ministro Adolfo Sachsida (Minas e Energia) em favor da privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo (PPSA). Embora a desestatização das companhias este ano, a cinco meses das eleições, seja praticamente inviável.
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