Pela primeira vez desde que Magda Chambriard assumiu a presidência da Petrobras, a estatal anunciou nesta segunda-feira (8/7) que os preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras vão subir 7,11% e 9,6%, respectivamente.
O litro da gasolina terá alta de R$ 0,20, a R$ 3,01. Considerando a mistura obrigatória com 27% de etanol anidro no produto vendido nos postos, o impacto esperado no preço final é de R$ 0,15 por litro. Já o gás de cozinha de 13kg vai subir R$ 3,10, a R$ 34,70.
Em maio do ano passado, a petroleira mudou sua política de preços, deixando de seguir a paridade internacional (PPI), que reajustava o valor dos combustíveis com base nas variações do dólar e da cotação do petróleo no exterior.
De acordo com a estatal, a gasolina teve redução de R$ 0,17 desde então. Já os preços do gás de cozinha não subiam desde julho de 2023.
Inflação
Mas os R$ 0,20 a mais no preço da gasolina não eliminam a defasagem em relação aos preços internacionais. Cálculo da consultoria StoneX indicam que a defasagem continua em R$ 0,34 por litro ou 11,5%. Já o diesel continua defasado em R$ 0,29 por litro ou 8,4%.
Considerando o preço médio da gasolina em junho, o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas, estima que o impacto sobre o IPCA seja sentido em julho, com acréscimo de 0,08 ponto percentual na inflação, e de mais 0,05 ponto em agosto.
Bancos elogiam
De acordo com as estimativas do Morgan Stanley, o anúncio reduz a diferença entre a gasolina e a paridade de importação de cerca de 14% para 7,5%. Para o Itaú BBA, o ajuste reafirma o compromisso da Petrobras em executar a estratégia comercial, evitando repassar a volatilidade ao consumidor.
Já o Goldman Sachs destaca que a decisão poderá “reduzir, pelo menos parcialmente, as preocupações dos investidores relativamente a uma potencial intervenção política na política de preços após a recente mudança de CEO”.