A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (25/1) a Operação Vigilância Aproximada para investigar suposta organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Os investigados, segundo a corporação, monitoravam ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem autorização judicial.
Em nota, a PF informou que cumpre 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares que incluem a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. Ao todo, 18 diligências de busca e apreensão estão sendo cumpridas em Brasília, uma em Juiz de Fora (MG), uma em São João Del Rei (MG) e uma no Rio de Janeiro.
A operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado. As provas obtidas pela corporação à época indicam que o grupo criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas do Estado para produzir informações para uso político e midiático, “para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal”.
Ainda de acordo com a PF, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Comando da PF
O novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, convidou o delegado Andrei Rodrigues — nome de confiança do presidente Lula — a permanecer na direção da Polícia Federal. O convite foi feito após a primeira reunião de transição, nesta última terça-feira (23/1), no Ministério da Justiça.
Rodrigues, que concordou em permanecer no posto, é considerado um nome de consenso entre atual gestão e a equipe que está sendo formada. Ele liderou a PF nas investigações sobre os atos golpistas e a crise nos territórios indígenas.
Lewandowski também já confirmou Ana Maria Alvarenga Mamede como chefe de Gabinete; Mario Sarrubbo como Secretário Nacional de Segurança Pública; e Manoel Carlos de Almeida Neto como secretário-executivo.
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