Em guerra com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), os policiais civis goianos pressionaram nesta segunda-feira (13/1) os deputados na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que fez pausa no recesso parlamentar para votação de projetos urgentes.
O Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol) convocou a categoria para estar hoje na Alego como pressão para a reestruturação da carreira. Acusa o governador de ter engavetado o acordo.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o Sinpol afirma que, após dois anos de negociações, o projeto foi engavetado pelo governo. “Desprezo pela categoria que há anos sofre desvalorização”, criticou. O salário dos policiais goianos é o 18º no País, segundo o sindicato.
Presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis(Cobrapol), Adriano Bandeiro criticou o ato do governador Caiado, “que recuou da proposta de reestruturação da carreira dos policiais civis de Goiás”. Segundo ele, a reivindicação da reestruturação é antiga e foi debatida por muito tempo com o governo.
Já o presidente da Alego, Bruno Peixoto (União Brasil) afirmou que os policiais civis são bem-vindos no Parlamento goiano. Disse, inclusive, que eles podem entrar no plenário até armados, após consultar os demais parlamentares.
“Vamos ter reunião na Comissão Mista e receber os líderes sindicais da Polícia Civil para levar adiante as demandas dos policiais civis”, frisou Peixoto.
Oposição
O deputado Delegado Eduardo Prado (PL) disse que espera do Estado um maior reconhecimento aos policiais civis. “A segurança pública não é feita apenas de discurso. É feita de trabalho, inclusive destes que estão aqui nas galerias da Casa, tendo o maior índice de resolução de crimes do Brasil”, afirmou.
“Peço ao governador que cumpra a palavra e coloque em prática o compromisso feito lá em setembro de 2024, quando foi prometida a reestruturação da carreira da PC-GO”, enfatizou o parlamentar do PL.
Paulo Cezar Martins (PL) também criticou o governador. “Se Caiado hoje tem fama fora de Goiás, é porque esses homens e mulheres aqui no plenário trabalharam direitinho e fizeram uma boa segurança pública neste Estado”, opinou.
“O governador não gosta de servidor público, assim como taxou o agro, então, esta Casa tem a oportunidade de corrigir isso e pressionar o Governo”, pontuou o deputado Gustavo Sebba (PSDB).