Os resultados eleitorais aumentam interesse em sair do país. O principal motivo é que os descontentes usam o desfecho das urnas para iniciarem o processo, por temerem crise financeira e de segurança pública. Essa afirmação se comprova com registro de alta na procura por consultoria legal para solicitação de vistos, segundo levantamento do Dell’Ome Law Firm, escritório fundado pela advogada brasileira Liz Dell’Ome, com sede em Nova York e especializado em imigração de brasileiros para os EUA.
Na Dell´Ome Law Firm a procura por expatriação cresceu 45,1% de setembro a outubro deste ano, quando realizou mais de 1,2 mil atendimentos à brasileiros que desejam mudar para os Estados Unidos. Agora, comparando outubro inteiro do ano passado (2021), sem eleição, com outubro desse ano (2022) com eleição, a alta foi de 877,6%.
No entanto, a mudança não é tão simples assim. “Existem três caminhos básicos para quem deseja um visto que garanta o Green Card para si e para a família: profissionais com carreiras consolidadas e ótima formação acadêmica; profissional brasileiro que deseja empreender nos EUA e tenha um robusto business plan; e investidores qualificados”, explica Liz Dell’Ome.
Normalmente, o perfil médio de quem procura essa mudança é de famílias de classe média, motivadas por segurança, medo de crise financeira e busca educação gratuita e de boa qualidade para os filhos. Em geral é um público a partir de 35 anos, com 2 filhos e, importante destacar, com carreira já desenvolvida no Brasil. “O inglês fluente não é uma exigência imigratória, mas ajuda já que o processo é neste idioma”, afirma Liz.
Investimento
O processo de imigração tem um investimento elevado, mesmo para famílias de classe média. O valor inicial é de aproximadamente R$ 75 mil por família. Se imaginarmos uma família com 4 pessoas, seriam necessários, de saída, R$100 mil, para cobrir além dos honorários as taxas do governo americano e outros serviços como traduções de documentos e avaliações de certificações acadêmicas.
Além desse valor, é preciso também ter condições financeiras para se sustentar no país. E, acima de tudo, é fundamental comprovar que a chegada dessa família ao país contribuirá com a economia local, seja demonstrando uma qualificação profissional excepcional, ou abrindo um negócio para gerar empregos.