Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL) comandou a votação da reforma tributária na semana passada com a alma leve devido a uma boa notícia. O ministro Gilmar Mendes (STF) suspendeu, por decisão monocrática, toda a investigação sobre supostas fraudes na compra de kits de robótica para escolas, enviada ao Supremo por se aproximar do deputado.
A investigação ora travada por Gilmar apontou que o empresário ligado a Lira responsável pela entrega dos kits em Alagoas se reuniu 14 vezes com o ex-funcionário comissionado do MEC responsável pela nota técnica recomendando a compra. Edmundo Catunda, dono da Megalic, e Alexander Moreira, exonerado do MEC em junho deste ano, foram também alvo de operações da PF.
O ministro Gilmar, que esteve no aniversário de Lira apenas 12 dias antes, encampou a argumentação da defesa de que a operação da PF em Alagoas mirava desde o início o parlamentar.
Próxima vaga no STF
Aliás, nem bem Cristiano Zanin foi confirmado ministro do STF, e já corre solta a disputa pela próxima vaga, a ser aberta em outubro com a aposentadoria da ministra Rosa Weber. Segundo a revista Veja, aliados à esquerda querem que o presidente Lula indique outra mulher para o cargo, embora, como no caso de Zanin, ele aparente preferir a confiança à representatividade.
Dois fortes candidatos são os ministros Luis Felipe Salomão, do STJ, e Bruno Dantas, do TCU. Mas também há políticos na bolsa de apostas, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e até o ministro da Justiça, Flávio Dino. Esta será a última indicação de Lula neste seu terceiro mandato presidencial. Luiz Fux só se aposenta em abril de 2028, e Cármen Lúcia, um ano depois.