Poucas nomeações vêm sendo tão aguardadas para o próximo governo quanto a da equipe econômica. E o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem feito sondagens e sinalizações nos últimos dias em torno de dois nomes para os ministérios da Fazenda e do Planejamento: o ex-ministro da Educação Fernando Haddad e o economista Persio Arida, que presidiu o BNDES no governo FHC e hoje trabalha na equipe de transição.
A dupla Haddad e Persio já é a favorita de Lula. Mas o economista hesita em aceitar o convite. O ex-prefeito de São Paulo se cacifou ao acompanhar Lula ao Egito na COP27, e o presidente eleito já sinalizou que prefere um político a um técnico à frente da equipe econômica. Ainda há alguma resistência dentro do mercado e do Congresso, mas esta seria reduzida com a presença de Persio no Planejamento.
Esta pasta, que seria recriada com o desmembramento do atual Ministério da Economia, ficaria encarregada, entre outras funções, da reforma da administração pública, uma das especialidades do economista. A antecipação do nome para a Fazenda é um dos assuntos que Lula vai discutir nesta sexta-feira (25/11) com líderes do PT e de partidos aliados numa reunião em São Paulo.
Com banqueiros
A Febraban convidou o presidente Lula para o almoço anual nesta sexta-feira. Lula disse que Fernando Haddad o representaria e deu sinal de que ele falaria em seu nome. O presidente, como se sabe, ainda está poupando a voz após a cirurgia. Isso elevou muito no mercado financeiro o interesse em ouvir Haddad, cujo nome tem estado presente nas bolsas de apostas para o Ministério da Fazenda. O banqueiro André Esteves, do BTG, já sinalizou que “metade” da Faria Lima está pacificada com o nome do ex-prefeito.
Aliás, o Ibovespa teve alta expressiva nesta quinta-feira (24/11). O mercado repercutiu com otimismo a notícia de que Pérsio Arida poderia participar com Fernando Haddad da equipe econômica do governo eleito. Com isso, o principal índice da Bolsa brasileira fechou em +2,75%, aos 111.831 pontos. O real se valorizou frente à moeda americana. O dólar fechou em baixa de -1,20%, cotado a R$ 5,31.