O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) afirmou que, se eleito presidente da República em 2026, pretende replicar no Brasil o trabalho na área de segurança pública desenvolvido em Goiás. Para ele, a principal medida gira em torno do enfrentamento ao narcotráfico. “Nunca houve nenhuma política dos governos do PT de enfrentamento às facções, que avançam cada dia mais”, disse o pré-candidato a presidente.
Caiado afirmou que o sucesso das políticas públicas depende, antes de tudo, da capacidade de compreender a realidade local e enfrentar diretamente os principais gargalos. Por isso, defende a autonomia dos Estados na gestão da segurança pública, em contraposição à PEC da Segurança, proposta pelo governo federal. Que, segundo ele, concentra excessivamente o poder em Brasília.
“Primeiro, é necessária uma mudança que faça com que a estrutura estadual tenha mais poder no enfrentamento e nas penas dos crimes cometidos ali”, disse em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan. “Isso para que os estados possam ter medidas rápidas em relação aos crimes que estão sendo praticados, e que têm motivado insegurança em seu território”, continuou.
Como exemplo, citou os incêndios criminosos cometidos em Goiás, em agosto de 2024. Na ocasião, Caiado determinou, via projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa, que fosse um crime inafiançável. Posteriormente, no entanto, a norma foi invalidada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Presídios
A segunda ação de Caiado para segurança pública do país seria n o sistema penitenciário. “A maioria dos presos, hoje, está sob tutela dos Estados, mas ao mesmo tempo são crimes de responsabilidade federal. Seria, então, ampliar para 300 mil vagas a mais nos presídios do Brasil, de acordo com as necessidades de cada um”, defendeu.
Em terceiro, citou criar uma força de segurança com inteligência e operacionalidade. “É também fazer com que haja um repasse dos fundos que não fossem contingenciados, e que chegasse a todas as polícias militares, em parceria com a polícia estruturada federal, com armamento do que tem de mais sofisticado, drones de longa distância, satélites de inteligência”, especificou.
Caiado também falou em estabelecer e fortalecer o diálogo junto a outros países, com foco no combate ao narcotráfico. “É criar uma articulação internacional, uma mesa de negociações com a Bolívia, o Peru e a Colômbia, que são países onde há produção de cocaína, para que buscássemos uma ação conjunta. E complementaria com uma força capaz e integrada, junto com as forças armadas brasileiras, para retomar a Amazônia, o Morro do Borel [no Rio de Janeiro], Salvador, Fortaleza e outros tantos estados onde as facções governam mais que os governadores”, enumerou.