O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) pode ressuscitar um projeto polêmico: de construir uma linha de Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) em Goiânia. Segundo o Jornal Opção aliados do prefeito afirmam que a obra pode ser realizada em parceria com o governo federal, caso o presidente Jair Bolsonaro seja reeleito no próximo ano. O prefeito estaria em busca de um projeto que crie sua marca própria, já de olho na eleição de 2024.
A obra é polêmica em todos os sentidos. Primeiro, tem um custo muito elevado para ser realizada em 13 quilômetros do Eixo Anhanguera. No mínimo, R$ 3 bilhões. É economicamente inviável para a iniciativa privada (teria de cobrar uma passagem muito cara para compensar o investimento). A Prefeitura não tem esse recurso, o Estado quer entregar o Eixo Anhanguera de vez para o município e a obra não parece ser prioritária para o governo federal. E, o mais importante: especialistas criticam o custo-benefício do VLT e defendem o BRT, com uso de ônibus elétricos.
Projeto tucano
Convém lembrar que esse projeto não é novo. O então governador Marconi Perillo (PSDB) o lançou em 2012, depois de passar anos defendendo construir um metrô para Goiânia. Criou consórcio estatal e fez a licitação para realizar a obra de custo estimado na época em R$ 1,3 bilhão. Quem ganhou a licitação? A antiga e encrencada empreiteira Odebrecht. Chegaram a ser realizadas algumas poucas desapropriações de imóveis nas extremidades do Eixo Anhanguera, mas não passou disso. Em 2015, o projeto era sepultado em definitivo.
O governador Ronaldo Caiado (DEM) chegou a citar o VLT em 2019, depois de uma reunião com investidores chineses, mas logo largou a ideia e nunca mais tocou no assunto. O projeto, se voltar à discussão, tem também potencial para ter vida muito curta. O melhor mesmo é o prefeito Rogério Cruz buscar outros projetos mais viáveis para criar uma marca da sua gestão em Goiânia.