Os remédios podem subir até 5,6% a partir deste sábado. E não será pegadinha de 1º de Abril. A projeção de aumento é do Sindusfarma e foi feita com base nas regras que estabelecem o reajuste de preços de medicamentos, como o IPCA. Mais fatores de produtividade e de ajustes de preços de cada setor.
O reajuste nos remédios é feito anualmente, a partir de 31 de março, pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). O aumento este ano vai atingir cerca de 10 mil medicamentos no mercado brasileiro.
Um estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) aponta que o teto dos preços dos remédios não impede reajustes abusivos nas compras realizadas pelos consumidores em farmácias.
É o caso, por exemplo, do Clavulin, antibiótico, que pode chegar até 86% de diferença nos preços. Já nos medicamentos genéricos, a variação ficou entre 384% no omeprazol, remédio para gastrite, e 91,9% no atenalol, um anti-hipertensivo.
Para a coordenadora do Programa de Saúde do Idec, Ana Carolina Navarréte, o consumidor deve pesquisar em sites ou lojas físicas ou até participar de programas das empresas que pedem o CPF para encontrar os melhores valores.
Gastos em alta
O setor de saúde movimentou no País mais de R$ 386 bilhões em 2022. Deste montante, R$ 186,6 bilhões referem-se apenas a medicamentos, o que representa cerca de 3,2% do orçamento familiar. Os dados são da Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros há quase 30 anos, com base em dados oficiais.
Segundo Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, de 2021 para 2022 houve um aumento de 22% nas despesas com remédios. “Além do reajuste previsto para o mês de abril, a tendência é que os gastos com medicamentos sejam ainda mais altos ao longo de 2023, principalmente, em função do “crescimento da população idosa no País, exigindo uma maior demanda por medicamentos e cuidados médicos”.
Na contramão desse ritmo de consumo, porém, está a quantidade de farmácias no Brasil. Do ano passado para cá, mais de 8 mil unidades (6,4%) fecharam suas portas, totalizando hoje 118.221 estabelecimentos.
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