O advogado Hélio Lopes (foto) não aguentou duas semanas de pressão contra os cortes anunciados aos atendimentos do Ipasgo: pediu hoje de manhã a exoneração do cargo de presidente do plano de saúde dos servidores do Estado; e, poucas horas depois, o governador Ronaldo Caiado (DEM) anunciou que o secretário estadual Ismael Alexandrino (Saúde) vai assumir o comando do instituto, acumulando as duas funções. E qual a primeira medida que o novo presidente do Ipasgo anuncia? Suspender a portaria que reduziu o atendimento em 50% das cotas de procedimentos não urgentes para mais de 600 mil usuários em Goiás.
A decisão de promover os cortes nos atendimentos pode ter sido técnica e orçamentária, como tentou explicar a direção do Ipasgo, mas gerou um grande desgaste político para o governo. A oposição aproveitou para criticar e a base governista tentou justificar, mas sem convencer muito (leia mais aqui, aqui e aqui). O problema ficou maior quando se noticiou que o Instituto tinha mais de meio bilhão de reais em caixa, para comprovar a austeridade financeira da atual gestão. O tiro saiu pela culatra e Hélio Lopes, indicado ao cargo em julho do ano passado pelo prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), caiu.
Ponto de equilíbrio
Já na primeira entrevista como novo presidente do Ipasgo, Ismael Alexandrino disse que o desafio “será achar o ponto de equilíbrio entre ofertar com um serviço de qualidade para os usuários e de sustentabilidade financeira para os prestadores. Ou seja: a prioridade não será fazer caixa, mas prestar atendimento de qualidade sem gerar déficit financeiro para o Instituto. E concluiu: “Já conversei com o governador no sentido de retroagir em relação ao que havia sido anunciado e manter tanto a parte de exames, consultas e cirurgias para os usuários do Ipasgo”. Ou seja: anunciou que os cortes não estão mais valendo.
O governador Caiado anunciou também uma força de trabalho (comandada pelos auxiliares Henrique Ziller, controlador-geral do Estado; Rodney Miranda, secretário de Segurança Pública; e Adriano Rocha Lima, secretário-geral da Governadoria) para uma ampla auditoria no Ipasgo. Principalmente, sobre o aumento no número de exames realizados pela rede conveniada. A expectativa é que haja redução de até 20% nestes gastos.