Atualização (18h15): O projeto do governo Ronaldo Caiado (UB) de privatizar a estatal goiana CelgPar foi aprovado nesta quarta-feira (20/9), em primeira votação, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Apesar do forte embate entre deputados da oposição e da base governista, votaram contra apenas os seguintes parlamentares: Mauro Rubem (PT), Antônio Gomide (PT), Bia de Lima (PT), Delegado Eduardo Prado (PL), Major Araújo (PL) e José Machado (PSDB). O projeto do governo, enviado ontem para a Casa, recebeu na Comissão Mista pedidos de vista dos parlamentares Major Araújo (PL), Antônio Gomide (PT), Mauro Rubens (PT) e coronel Adailton (SD).
O deputado Mauro Rubem (PT) se posicionou contra o projeto do governo e mostrou um vídeo no qual Ronaldo Caiado, durante campanha para governador, teria se manifestado contra a privatização da Celg D. “Agora, ele faz exatamente o mesmo que o (ex-governador tucano) Marconi Perillo : entregar o patrimônio do povo goiano para a iniciativa privada. O motivo da venda da empresa é cobrir rombos de contas que ele mesmo estourou. Caiado está traindo o povo de Goiás, assim como fizeram governos anteriores”, afirmou.
O deputado Major Araújo (PL) citou a relevância da Celgpar no futuro da energia limpa em Goiás. “A Celgpar tem um papel importante e está prestes a ser vendida”, disse. Para Araújo, falta também clareza quanto a destinação dos recursos da privatização da estatal. Mas, disse que pode mudar seu posicionamento sobre a privatização, se emendas adequarem o projeto.
A deputada Bia de Lima (PT) defendeu que a bancada de oposição cobre do governador a possibilidade de fazer com que a venda da CelgPar possa “findar com a contribuição dos aposentados que ganham abaixo do teto do INSS e que continuam contribuindo”.
Base governista
Líder do Governo na Alego, deputado Wilde Cambão (PSD) defendeu o projeto e disse que Ronaldo Caiado está considerando a questão dos aposentados, mas o que se busca é a eficiência do Estado. “Quem paga a conta de energia somos nós cidadãos. Se é público ou é privado, tem que funcionar. Nós temos que ter serviço de excelência”, frisou. Para Cambão, a venda da Celg e de Cachoeira Dourada representaram grandes perdas para o Estado, mas, no caso da Celgpar, trata-se de “uma questão pequena”.
O deputado Wagner Neto (Solidariedade) afirmou que a preocupação do Estado é ofertar à sociedade goiana um atendimento de qualidade. “O que nós queremos é um serviço de qualidade ofertado à população, seja ele executado pelo setor público ou privado, porque ambos, se forem bem administrados, irão oferecer serviços que os usuários realmente necessitam”, enfatizou.
“A privatização das telefonias foi algo revolucionário para o desenvolvimento do nosso País. Uma linha telefônica tinha o custo de um carro, e o valor que pagávamos na conta era um absurdo. Ao mesmo tempo, temos as concessões da Celg para a Enel e Equatorial que, infelizmente, não foram bem-sucedidas”, frisou o deputado.
O presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), também defendeu a privatização da Celgpar. “Tive a oportunidade de conversar com o governador Ronaldo Caiado e ele nos assegurou que todo o recurso oriundo dessa venda será destinado à Goiasprev, o sistema de previdência do servidor público estadual. Então, temos que nos unir e votar essa matéria o quanto antes para contribuir com os nossos aposentados”, afirmou.
De acordo com Bruno, a venda da Celgpar vai permitir a elevação do limite de isenção da contribuição previdenciária dos servidores para acima dos atuais R$ 3 mil reais. “Os estudos já começaram para que seja elevada a taxa de isenção. Então, quanto antes votarmos esse projeto, quanto antes for vendida a Celgpar, melhor será para os nossos aposentados”, enfatizou.