Dos 13 setores da indústria brasileira, 10 já retomaram ou superaram os níveis de atividade pré-pandemia, como o siderúrgico e o de embalagens. A expectativa é que possam seguir acelerando, ancorados principalmente no avanço da vacinação, que pode elevar o consumo. Mas há algumas barreiras, como o avanço da variante delta, a pressão de custos de matérias-primas e de energia elétrica, juros mais altos, desemprego e falta de componentes.
Principalmente a falta de semicondutores já está obrigando fabricantes de eletrônicos, equipamentos médicos, automóveis e outros produtos a rever cronogramas de lançamentos, estocar peças e adaptar a produção. Em 12 meses, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumula alta de quase 36%, que já começa a ser repassada para o consumidor — TVs e videogames, por exemplo, subiram só este ano 14,4% e 11,6%, respectivamente.
Mesmo assim, o Ibre/FGV aumentou sua previsão de alta do PIB deste ano para 5,2%.
Aliás…
Para muitos um novo “superciclo” de commodities se desenha. A alta nos preços desses produtos, a suspensão das restrições relacionadas à Covid-19 e a crescente demanda chinesa, criou uma janela de oportunidade para o Brasil que pode definir o destino do país nos próximos anos. Mas outros apontam os muitos obstáculos que podem impedir que essa alta se traduza em uma recuperação mais ampla. Uma desindustrialização prolongada se acelera no país, com fechamento de fábricas e demissões de operários, num momento no qual muitas indústrias tradicionais enfrentam dificuldades para se manterem competitivas.