Os programas emergenciais de transferência de renda no ano passado tiveram forte resultado para minimizar os efeitos da pandemia de Covid-19 na renda da população goiana mais carente. Goiás registrou 18% (1,3 milhão) de pessoas na linha da pobreza em 2020. Em um cenário sem os benefícios de programas sociais, teria 25,1% (1,8 milhão) da sua população na linha da pobreza. Os dados foram divulgados hoje (3/12) pelo IBGE.
No Estado, a classe dos 10% (da população) com menores rendimentos recebeu 1,5% do total de rendimento domiciliar per capita em 2020, enquanto a classe dos 10% com maiores rendimentos recebeu 34,9%. Em um cenário sem programas sociais, os 10% com menores rendimentos receberiam quase um terço do que de fato receberam, apenas 0,6%, enquanto os 10% com maiores rendimentos receberiam 37,1% do total de rendimentos de Goiás.
Para fins de comparação internacional, o Banco Mundial (World Bank) utiliza três linhas de pobreza a depender do nível de renda dos países. Uma delas, a linha de extrema pobreza, está fixada atualmente em US$ 1,90 por dia em termos de Poder de Paridade de Compra – PPC, a preços internacionais de 2011 e ancorada nas estimativas de pobreza dos países mais pobres do mundo.
Em 2020, 3,2% da população goiana tinha rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 1,9 por dia, ou seja, 225,5 mil pessoas estavam abaixo da linha da extrema pobreza. Em um cenário sem benefícios de programas sociais governamentais, 7,5% das pessoas estariam nessa faixa de rendimento, ou seja, em Goiás, haveria 532,0 mil pessoas na extrema pobreza.
Considerando que quanto maior o nível de renda média dos países, maior deve ser a linha de pobreza para que essa mantenha correspondência com o nível de rendimento médio (ou padrão de vida médio) daquela população, o Banco Mundial recomenda o uso das linhas de US$ 3,20 para países de renda média-baixa e US$ 5,50 para países de renda média-alta, grupo ao qual o Brasil pertence com mais 46 países. Assim, Goiás registrou 18,0% (1,3 milhão) de pessoas na linha da pobreza em 2020. Em um cenário sem os benefícios de programas sociais, Goiás teria 25,1% (1,8 milhão) da sua população na linha da pobreza.
Desigualdade
Os 10% da população goiana com maiores rendimentos concentram 34,9% do rendimento domiciliar em Goiás. Por outro lado, os 40% com menores rendimentos concentram apenas 14,6%. Assim, o índice de Palma em Goiás é de 2,39, ou seja, os 10% mais ricos ganham 2,39 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, esse índice é maior, 3,71. Assim, Goiás se consolida entre as três unidades da Federação com menores concentrações de renda.