O Brasil teve 30,9 milhões de hectares queimados entre janeiro e dezembro de 2024, o equivalente a uma área maior que a Itália (que tem 30,1 milhões de hectares). Os dados são da plataforma Monitor do Fogo, da rede MapBiomas.
Em relação a 2023, as queimadas impactaram uma área 79% maior, o que representa 13,7 milhões de hectares a mais destruídos pelo fogo. Cada hectare equivale a 10 mil m². O número de 2024 é o maior desde o início da série do Monitor do Fogo, que começou em 2019.
O levantamento do Monitor do Fogo aponta que três em cada quatro hectares queimados no país eram de vegetação nativa, principalmente em formações florestais, atingindo 25% da área total queimada.
Pastagens também foram afetadas, com 6,7 milhões de hectares consumidos pelo fogo. A Amazônia lidera o ranking de áreas devastadas, com 17,9 milhões de hectares, superando o total queimado em todo o país em 2023.
A região registrou um padrão preocupante, com a floresta nativa sendo a mais atingida, superando as áreas de pastagens pela primeira vez. O fenômeno El Niño, que deixou a vegetação mais vulnerável ao fogo, é um dos responsáveis pelo crescimento das áreas queimadas.
Cerrado
O Cerrado registrou 9,7 milhões de hectares queimados, com 85% da área em vegetação nativa. O Pantanal também sofreu com as chamas, com 1,9 milhão de hectares afetados, um aumento de 64% em relação à média dos últimos seis anos. A seca extrema, semelhante à de 2020, deixou o Pantanal mais vulnerável ao fogo.
O Pará foi o estado com a maior área queimada, com 7,3 milhões de hectares, seguido por Mato Grosso e Tocantins. Esses três estados concentram mais da metade da área queimada no país. Os municípios de São Félix do Xingu (PA) e Corumbá (MS) registraram as maiores áreas devastadas pelo fogo.