Os reservatórios de hidrelétricas devem alcançar o menor nível mensal em 20 anos se seguido o plano de ações elaborado pelo governo e por órgãos do setor. Os reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste — responsáveis por mais de 2/3 de toda a energia no Brasil — deverão chegar a novembro com 10,3% da sua capacidade. Para evitar racionamento, parte da indústria apresentou ao governo uma proposta para reduzir o consumo em pelo menos 5% nos horários de pico. A indústria seria remunerada pela redução, que deve vigorar entre julho de 2021 e abril de 2022.
Para especialistas, além da falta de chuvas, a crise hídrica atual é resultado de falhas de anos do modelo elétrico. O planejamento do setor é centrado em indicador com metodologia de 2004 — não representa a expectativa de produção de uma usina, e sim seu valor econômico ao sistema. Além disso, a performance das hidrelétricas tem sido pior do que o esperado — hoje, gastam 2% a mais de água do que o necessário para produzir um mesmo megawatt-hora.
O caminho tem sido a diversificação da matriz: em 2050, 32% da energia nacional viria do sol, enquanto a hidrelétrica cairia para 30%. A eólica, por sua vez, subiria para 14,2%.
Conta mais cara
Com as contas de luz mais caras, mais brasileiros devem atrasar os pagamentos. Segundo a Serasa, a inadimplência em contas básicas, como energia, água e gás, representava 22,3% do total de débitos em maio. A taxa extra cobrada na conta de luz deve subir mais de 60% a partir de julho.