Por trás da prevista saída do União Brasil (UB) da aliança com MDB, PSDB e Cidadania há, em parte, a mão pesada do Palácio do Planalto, em particular do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. A ala governista no UB tem recebido recados de que vai perder os cargos que controla se o presidente do partido, Luciano Bivar, não abandonar o grupo.
O líder do partido na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA), pode perder o controle sobre a Codevasf, por exemplo. Ontem, um evento reuniu líderes de MDB, PSDB e Cidadania, e mostrou os descompassos internos.
Além da pressão do Palácio do Planalto, pesam na debandada do UB disputas regionais e a própria ambição de Bivar, lançado candidato pela bancada, mesmo que seja para liberar os filiados mais adiante.
Forças Armadas
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ontem (28/4) que representantes das Forças Armadas continuarão a ter reuniões para “convencer” o TSE de sugestões para as eleições deste ano. “As Forças Armadas foram convidadas, continuam trabalhando, e com toda certeza terão mais reuniões para convencer o TSE de que as sugestões para o bem de todos deveriam ser acolhidas”, disse.
Lula quer MDB
O ex-presidente Lula (PT) vem trabalhando para que uma ala do MDB se mobilize contra a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS). Ele se reuniu novamente ontem (28/4) com os senadores emedebistas Eduardo Braga (AM), Renan Calheiros (AL) e Marcelo Castro (PI), entusiastas de sua candidatura.
Rede sem Marina
Lula recebeu ontem (28/4) o apoio formal da Rede Sustentabilidade, mas criou uma saia-justa ao reclamar da ausência da fundadora do partido, Marina Silva, que foi sua ministra do Meio Ambiente. Marina foi voto vencido na decisão sobre a aliança com o PT e a Rede aprovou resolução liberando filiados a apoiarem Ciro Gomes (PDT).
Ciro de sempre
Ciro Gomes (PDT) perdeu as estribeiras ao ser hostilizado por bolsonaristas ontem (28/4) durante evento do setor de agronegócio em Ribeirão Preto (SP). Ele reagiu às provocações com frases como “Mito? Ele roubou tua mãe ou comeu ela?” e “Sem educação, babaca. Vai tomar no teu cu”. Em dado momento, ele empurra um militante que tentava filmá-lo.
Pode ser vice
O pré-candidato João Doria (PSDB) disse ontem (28/4) que não tem restrições em ser candidato a vice-presidente em uma possível chapa com a senadora Simone Tebet (MDB-RS). O tucano diz que “não prioriza” sua candidatura e deseja construir uma opção que represente os brasileiros que não votariam em Lula ou Bolsonaro. “Nós não podemos agir dessa maneira, não estou com isso fazendo críticas a senadora Simone Tebet. Mas a prioridade no meu entender é o Brasil e os brasileiros. Não é nem sequer o meu partido”.