O número de falências e recuperações judiciais de empresas teve um aumento muito significativo no período neste ano em Goiás. Os pedidos de recuperação judicial concedidos pelo Judiciário no estado, por exemplo, saltaram de 13 para 70 entre janeiro e outubro, o que representa um aumento de 538% em relação ao mesmo período de 2022.
As falências decretadas no período tiveram um crescimento proporcional ainda maior: de 3 em 2022, para 29 nos dez primeiros meses deste ano, número quase dez vezes maior. Os dados são da Serase Experian.
No Brasil, a quantidade de pedidos de recuperação judicial cresceu 55,8% nos sete primeiros meses de 2023, se comparado com o mesmo período de 2022. Até o mês de julho, foram 695 requisições, das quais 550 foram deferidas, a maior parte de micro e pequenas empresas.
Hanna Mtanios, advogado especialista em recuperação judicial, avalia que já era esperado o aumento do número de empresas em crise depois da pandemia. “Isso, naturalmente, aumentaria o número de falências e de empresas que estão buscando a recuperação judicial como forma de soerguer e superar a crise, o que tem acontecido de fato”, afirma.
Pandemia
O advogado destaca que, durante a pandemia, muitos ficaram impedidos de trabalhar. Ele também cita a mudança na dinâmica da economia e do comércio, como outro fator responsável por esse cenário. “O mundo mudou a forma de vender. Algumas coisas foram trazidas pela pandemia e vão ficar, como vendas on-line e outras modalidades mais modernas”, compara.
Por outro lado, as lojas físicas devem diminuir, assim como a quantidade de empregados. “Aqueles que não se adequarem a essas novas modalidades de compra e venda realmente vão passar por dificuldades. Muita coisa vai ser negociada agora por celular, computador, e uma empresas de logística vai deixar na casa, mudando daquela modalidade antiga, de ir à loja e comprar”, diz Hanna Mtanios.
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