A promessa de não haver mais possibilidade de reeleição do presidente (e de toda a mesa diretora) da Assembleia Legislativa de Goiás durou muito pouco. A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Casa aprovou nesta terça-feira (28/2), por 11 votos a dois, o projeto que autoriza a reeleição da Mesa Diretora da Casa. A proposta é de autoria do deputado Talles Barreto (UB) e foi incluída na pauta de votação pelo líder do Governo, deputado Wilde Cambão (PSD).
Entretanto, a reação foi negativa. E o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (UB), principal beneficiário, teve de segurar a votação do projeto. Afirmou que, antes de ser deliberada em Plenário, a matéria será amplamente discutida com os demais parlamentares. Aliás, foi a principal crítica de deputados que foram surpreendidos com a manobra da atual Mesa Diretora. Mas, nos bastidores da Casa é dada como certa a sua aprovação.
Com isso, o atual presidente Bruno Peixoto poderá disputar a reeleição em 2024. Aliás, o que já vem sendo articulado entre os deputados. O deputado desconversa: “Toda e qualquer ação nesse momento é prematura, o que temos a fazer é debater com seriedade e responsabilidade, respeitando sempre, repito, a vontade de todos os deputados”, disse.
“É um projeto preconizado conforme o nosso Regimento Interno. Respeito a vontade da maioria, mas vamos segurar a matéria, ampliar o debate e, posteriormente, colocá-la em votação”, ressaltou Bruno Peixoto.
Promessa
O problema é que Bruno Peixoto foi eleito presidente da Casa, por unanimidade pelos 40 deputados estaduais, com a promessa de acabar com a reeleição. Aliás, algo que foi aprovado na próxima Alego no final do ano passado, pela legislatura anterior. Isto facilitou a negociação de Bruno Peixoto com outros candidatos a presidente da Assembleia, que abriram mão de suas postulações.
O mais irritado ontem com a mudança, que busca permitir novamente a reeleição, era o deputado estadual Lincoln Tejota (UB). O ex-vice-governador de Goiás estava na disputa pela presidência da Alego, mas numa negociação com Bruno Peixoto deixou seu projeto para 2024.
A reeleição da Mesa Diretora da Assembleia foi permitida em 2019 com uma mudança no Regimento Interno da Casa. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), apresentada pelo deputado Virmondes Cruvinel (UB), foi aprovada e possibilitou a recondução do então presidente Lissauer Vieira por mais dois anos de gestão.
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