A guerra contra a Covid-19 ainda não acabou e a Europa mostra claramente isto. Nos últimos dias, mais países do continente voltaram a decretar ou ampliar restrições e medidas de isolamento social para conter o novo avanço da doença. Alguns voltaram a decretar o lockdown, como a Áustria, onde o governo enfrenta forte resistência da população. Outros países fecharam espaços públicos novamente, como Holanda, República Tcheca e Eslováquia.
Não apenas o número de casos voltou a crescer, como também a taxa de mortes pela doença na Europa, único a registrar alta no número de vítimas pela doença na primeira quinzena de novembro em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O diretor regional da entidade, Hans Kluge, disse que 500 mil novas mortes podem ocorrer até março, se medidas urgentes não forem adotadas. Frisou que exigir uso de máscara, por exemplo, produziria um efeito imediato em conter as infecções. Kluge diz que uma série de fatores está por trás da nova onda de covid, como a chegada do inverno, cobertura vacinal insuficiente e a prevalência da variante Delta na Europa, que é mais transmissível. Ele defendeu aumentar o ritmo de vacinação, adotar medidas básicas de saúde pública e introduzir novos tratamentos para ajudar a combater mortes pela doença.
A capital da Alemanha, Berlim, decretou lockdown parcial em 15 de novembro, quatro dias depois de registrar 50 mil novos casos em 24 horas. O governo alemão passou a proibir que não-vacinados frequentem bares e restaurantes, museus e eventos em locais fechados, mas já estuda novas medidas de restrição do fluxo das pessoas. A Áustria foi o primeiro país a decretar novamente lockdown para toda a população por período mínimo de 20 dias, o que gerou protestos nas ruas. Foi o primeiro país europeu a tornar a vacinação à covid obrigatória a partir de 1º de fevereiro de 2022.
A França não pretende impor um novo lockdown, mas desde julho é obrigatória a apresentação de passe sanitário para entrar em eventos culturais. Em agosto, passou a ser exigido em bares, restaurantes, cinemas, hospitais e em viagens longas de avião, trem ou ônibus. A Holanda voltou a exigir o uso de máscara em locais públicos, certificado de vacinação e retorno ao trabalho remoto. Apesar de estar com 67% da população vacinada, o país notificou 16 mil novos casos apenas em 11 de novembro. Dois dias depois, o governo adotou um lockdown parcial, que deve durar até 4 de dezembro.
A Irlanda do Norte já considera impor novas restrições. Em Londres continua obrigatório o uso de máscara no transporte público e vacinação para profissionais da saúde pública. O governo da Itália, em estado de emergência, ampliou o monitoramento de novos casos e algumas regiões impuseram restrições individualmente. A entrada no país se limita a cidadãos da UE e pessoas de nações selecionadas, como os Estados Unidos, Canadá, Japão e Reino Unido. Vale até 15 de dezembro. Na Suécia, o comprovante de vacinação será exigido em locais públicos a partir de primeiro de dezembro.