Depois de meses segurando o projeto, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) finalmente reenviou para a Câmara Municipal o projeto de revisão do Plano Diretor de Goiânia. E já mandou com uma estratégia pronta para aprovar mais rápido a matéria: enviou o projeto original, de 2017, sem as mudanças propostas pelos vereadores e acatadas pelo Grupo de Trabalho, para receber as emendas somente na Comissão Mista e o texto não ter que voltar para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A determinação do Paço Municipal – e desejo de grande parte dos vereadores – é aprovar a revisão do Plano Diretor ainda este mês, o que limita as discussões sobre o projeto. O Ministério Público de Goiás já farejou a pressa de ambas as partes e recomendou ao prefeito que se promova um amplo debate popular a respeito das mudanças no projeto, envolvendo o Conselho Municipal de Política Urbana (Compur), associações de moradores e conselhos profissionais.
Os vereadores da base aliada já têm um discurso pronto para rechaçar a tese de que a votação é apressada. Alegam que o projeto está sendo discutido desde 2017 e que a base do texto é a mesma, com modificações somente por emendas, que já foram discutidas pelo Grupo de Trabalho, que tinha representantes da Prefeitura, da Câmara e do setor imobiliário. Em cima desse argumento, os vereadores de oposição comentam nos bastidores que o Paço poderia ter encaminhado a matéria bem antes de dezembro, mas que parece ter deixado para o apagar das luzes do ano legislativo justamente para votar mais rápido e encurtar o debate.