Ao sancionar ontem o projeto que cria o novo Código Tributário Municipal (CTM), o prefeito Rogério Cruz recorreu a um malabarismo verbal para minimizar as críticas de que as mudanças vão elevar o IPTU para a maioria dos imóveis da capital e pedir reconhecimento ao projeto. “Muitos, às vezes pensam ‘isso aqui está errado, não era para ser assim’. Não vamos falar do que está errado, vamos falar do que está certo. Não vamos pensar no que estava errado, vamos trabalhar para dar certo”, afirmou na solenidade.
A mensagem era uma indireta para tributaristas, alguns poucos vereadores e veículos de comunicação que têm apontado distorções no projeto e potenciais efeitos danosos para a população, embora o prefeito insista que o novo IPTU vai agradar a maioria dos goianienses. “Esta questão das pessoas informarem de uma maneira em que só mostram o lado negativo, que mostrem os dados positivos a partir de hoje. Não vamos falar dos 49% (que terão aumento de IPTU), vamos falar dos 51%, que é a maioria, 51% dos imóveis que terão (o IPTU) reduzidos ou estarão sendo isentos (de pagá-lo). É importante que se faça essa informação chegar a todos.”
A Prefeitura, no entanto, nunca apresentou em detalhes os cálculos que assegurem essa proporção. Embora tenha pedido que as pessoas não discutam eventuais falhas na proposta, o prefeito também admitiu que não descarta fazer mudanças no novo CTM já no ano que vem, quando ele passa a vigorar, caso perceba que há pontos que precisam ser melhorados. O problema é que sem discutir os pontos negativos, como pede Rogério Cruz, ninguém vai ver isto.