A multinacional portuguesa EDP pagou ágio de 80% no preço mínimo pedido pela Celg Transmissão. E está rindo para as paredes. Melhor: para os 756 quilômetros de fios de alta tensão e 14 subestações comprados da estatal goiana por R$ 1,977 bilhão. Motivo: avalia que o preço pago foi uma barbada ao ter avaliado o valor de mercado da Celg T. Tanto, que a multinacional vendeu na mesma semana 100% do seu capital em três empreendimentos de transmissão de energia no Maranhão, gerando caixa para a aquisição da estatal goiana.
“Estamos felizes com o casamento temporal, em menos de uma semana compramos e vendemos”, disse o presidente da EDP no Brasil, João Marques da Cruz. O executivo ressaltou que a venda das linhas de transmissão no Maranhão ocorreu pelo indicador EV/Ebitda de 11,1 vezes, enquanto a compra da Celg T foi por 10,4 vezes, o que prova um bom resultado para a multinacional portuguesa.
Os três empreendimentos vendidos pela empresa somam 439 quilômetros de extensão e têm receita anual R$ 131 milhões. A EDP estima que terá receita anual de R$ 223 milhões com a Celg T até 2022.
Potencial goiano
O presidente da EDP Brasil afirmou ainda que a Celg T tem maior extensão de linhas de transmissão, possui maior potencial para investimentos e espaço para melhoria de performance, podendo trazer mais retornos futuramente. Ele destacou ainda que 50% dos ativos da Celg T têm mais de 70% de depreciação e que Goiás, importante Estado para o agronegócio brasileiro, tem grande potencial para expansão de transmissão.
A multinacional agora tem oito empresas de transmissão de energia em seu portfólio no Brasil , que somam 2.241 km de linhas em extensão e aproximadamente R$ 702 milhões de faturamento. Desde 2017, a companhia já investiu 4,1 bilhões de reais em obras e projetos de transmissão adquiridos em leilões da Aneel ou no mercado secundário. Atua nos Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Espírito Santo, Acre e Rondônia. E, em muito breve, em Goiás.